Amnistia Internacional apela ao fim da violência no Zimbabué
(12/4/2008) A Comissão Eleitoral Zimbabueana declarou que permanecerá remetida ao
silêncio relativamente aos resultados das eleições presidenciais de 29 de Março, enquanto
a questão estiver a ser avaliada pelo Supremo Tribunal de Harare. Um juiz do Supremo
Tribunal examinou um pedido do Movimento para a Mudança Democrática pedindo a publicação
imediata dos resultados das eleições presidenciais. A decisão do Supremo Tribunal
será conhecida na segunda-feira. Entretanto, a Amnistia Internacional apelou para
o fim imediato da “violência política” no Zimbabué, denunciando incidentes “muito
disseminados” que “deixam supor represálias coordenadas” contra a oposição. Profundamente
“inquieta”, a AI apela “à polícia para pôr termo à violência política e investigar
qualquer alegação do envolvimento policial e militar nos acidentes”. Actos de violência
foram observados em várias províncias do país, segundo a AI, que alude a pessoas “retiradas
de autocarros e agredidas em casa nas zonas rurais, aldeias e quintas”. A oposição
zimbabueana acusou os partidários do presidente Mugabe de conduzirem uma campanha
de represálias contra os eleitores que não apoiaram o partido no poder, falando em
cerca de 200 vítimas de intimidação ou de perseguição. O advogado do chefe da oposição,
Morgan Tsvangirai, foi mesmo detido quinta-feira no escritório de Harare sob a acusação
de “interferir no trabalho da polícia”. Congratulando-se com a realização, em
Lusaca, de uma cimeira extraordinária dos países da Comunidade para o Desenvolvimento
da África Austral (SADC) consagrada ao Zimbabué, a AI “apela aos dirigentes daquela
organização para redobrarem os esforços diplomáticos a fim de impedir um novo agravamento
da situação dos direitos humanos” naquele país. Quem não está presente hoje nesta
cimeira é o ainda presidente Robert Mugabe