Guerra ao terrorismo e á pobreza, prioridades do novo governo espanhol
(9/4/2008) No debate de investidura que ontem começou no Congresso dos Deputados,
em Madrid, José Luis Rodríguez Zapatero propôs um pacto antiterrorista contra a ETA
e apresentou um pacote de medidas destinadas a travar o abrandamento económico em
Espanha.
O responsável socialista prometeu especial atenção ao sector da construção
civil, um dos que evidenciam maiores problemas, tendo previsto a "aceleração das obras
públicas" e "a ajuda à reinserção no mercado de trabalho dos trabalhadores saídos
deste sector". Zapatero, cujo partido obteve uma maioria relativa de 169 deputados
num total de 350, também garantiu às famílias em dificuldades "a extensão do prazo
de pagamento dos créditos à habitação".
Acordar um novo pacto social e económico
com sindicatos e empresas está também na agenda do chefe do Governo, tal como o aumento
do salário mínimo para 800 euros e das pensões para um valor máximo de 850, conforme
consta do programa eleitoral que o partido socialista espanhol apresentou nestas eleições
legislativas.
Face a uma Espanha onde quase todos os dias há mulheres mortas
pelos maridos, Zapatero prometeu medidas contra a violência conjugal e a aprovação
de uma grande lei que promova a igualdade de tratamento entre todos os cidadãos e
evite as discriminações de origem religiosa ou sexual.
Quanto aos imigrantes
no desemprego, a solução estará, segundo o primeiro-ministro, em incentivos ao regresso
aos países de origem, como a concessão de microcréditos e devoluções de prestações
da Segurança Social. A imigração foi um dos principais temas da campanha eleitoral.
O resultado das eleições traduziram-se num bipartidarismo, algo que a Esquerda Unida,
que foi bastante penalizada por essa tendência, não deixou de criticar no debate
parlamentar.