Cochabamba, 09 abr (RV) - A Igreja Católica declarou ontem que a crise política
na Bolívia "está piorando perigosamente" e pediu a governistas e opositores que deixem
de lado as "posições intransigentes e violentas" para evitar um "confronto de conseqüências
imprevisíveis".
A declaração foi feita pelo secretário-geral da Conferência
Episcopal Boliviana (CEB), Dom Jesús Juarez Párraga, que leu em Cochabamba um comunicado
assinado por todos os prelados do país, no final de sua Assembléia Plenária.
A
Igreja pediu ao governo que convoque um diálogo com a oposição para "fechar um pacto
social com amplo consenso que garanta a convivência pacífica e democrática".
O
comunicado pede que haja uma saída consensual para a crise e que os departamentos
"deixem de lado os interesses setoriais, evitem os insultos mútuos, o ódio e a desconfiança
e suspendam as campanhas de propaganda".
Apesar das dificuldades para instaurar
o diálogo antes do referendo de Santa Cruz, marcado para o dia 4 de maio, a Igreja
disse que continuará trabalhando para buscar "uma saída que não seja conjuntural,
mas que estabeleça uma paz duradoura no país". (BF)