2008-04-08 18:48:47

Pobreza e fome, ofensas á dignidade humana


(8/4/2008) A pobreza e a fome são «uma ofensa à dignidade humana», salientou o arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, intervindo em Nova York, na 62ª sessão da Assembléia Geral da ONU, durante o debate sobre o tema «Reconhecer os êxitos, enfrentar os desafios e recuperar o rumo para a conquista dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em 2015».
O representante da Santa Sé recordou que já se está na metade do caminho desde que, no ano 2000, chefes de Estado e de Governo entraram em consenso sobre «uma série ambiciosa, mas necessária, de objectivos para o desenvolvimento global a ser alcançado em 2015».
Se foi feito muito para conseguir estes fins, reconhece, «a extrema pobreza, a fome, o analfabetismo e a falta da mais fundamental assistência à saúde estão ainda muito estendidos, e inclusive pioram nalgumas regiões».
Autorizados estudos, explicou, demonstram que, apesar do notável crescimento económico em muitos países em vias de desenvolvimento, o objectivo global de reduzir a fome e a pobreza «permaneceu inalcançável».
A Santa Sé - recordou - continua activamente empenhada em aliviar estes problemas, «que são uma ofensa à dignidade humana» e «não deixará de sublinhar tais necessidades fundamentais, de modo que permaneçam no centro da atenção internacional e sejam enfrentadas como uma questão de justiça social».
Neste sentido, a delegação da Santa Sé considera necessária «uma maior solidariedade internacional se o objectivo é conseguir limitar a crescente brecha entre os países ricos e os pobres, e entre os indivíduos dentro dos países».
A educação, constatou, «está na base de todos os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)» e «é o instrumento mais eficaz para fazer com que os homens e mulheres possam conseguir uma maior liberdade social, económica e política».
O prelado sublinhou que também os ODM ligados à questão da saúde exigem uma «acção colectiva».
Apesar dos progressos na redução da mortalidade infantil, denunciou, não se fez muito pela saúde das mães e para combater a Aids, a malária e a tuberculose, sobretudo por falta de recursos e de acesso também aos serviços de saúde fundamentais.
Recordando que 2008 marca o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o prelado indicou que na base tanto deste importante documento, como dos ODM, está «o objectivo de um futuro melhor para todos».
«Mais que conversas e reuniões, a conquista deste objectivo exige empenho e acção concreta – declarou. A nossa luta global contra a pobreza extrema, a fome, o analfabetismo e as enfermidades não é simplesmente um acto de generosidade e altruísmo: é uma conditio sine qua non para um futuro melhor num mundo mais justo para todos.»








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