LÍDERES RELIGIOSOS MALAIOS CONDENAM PROPOSTA DE APLICAÇÃO DA XARIÁ AOS NÃO-MUÇULMANOS
Kuala Lumpur, 05 abr (RV) - Advogados, minorias religiosas, mulheres e líderes
religiosos muçulmanos da Malásia condenaram neste sábado a proposta de aplicação da
xariá aos não-muçulmanos.
Tal proposta foi feita durante um seminário realizado
em Kuala Lumpur, capital do país, entre estudiosos e juristas islâmicos. No evento,
o juiz da Suprema Corte Islâmica, Mohamed Asri Abdullah, declarou que foi discutida
a aplicação da lei islâmica "khalwat" (lei de excessiva proximidade entre duas pessoas)
aos não-muçulmanos por meio de tribunais civis.
Na Malásia, existem duas legislações,
a islâmica e a constitucional, que muitas vezes entram em conflito entre si. Um exemplo
é a liberdade religiosa, garantida pela Constituição, mas violada pela xariá, que
pune os que abandonam o Islã e se convertem a outra religião.
A presidente
da Ordem dos Advogados da Malásia, Ambiga Sreenevasan, disse que tal proposta é inaceitável,
pois viola a Constituição federal. Em comunicado oficial, a Ordem dos Advogados demonstrou
preocupação com o enrijecimento das penas e a construção de um centro de reabilitação
para os muçulmanos condenados por crimes morais e de fé religiosa. (MJ/BF)