BENTO XVI VISITA BASÍLICA ROMANA DE SÃO BARTOLOMEU PARA HONRAR MÁRTIRES DO SÉC.XX
Cidade do Vaticano, 07 abr (RV) - Recordar e honrar a memória das testemunhas
da fé do Séc. XX: com esse espírito, Bento XVI visitou esta tarde a Basílica de São
Bartolomeu, na Ilha Tiberina, coração da Roma antiga, memorial dos mártires dos nossos
dias, onde presidiu a Celebração da Palavra.
Recebido com grande entusiasmo
por parte dos presentes, o papa foi acolhido, entre outros, por seu vigário para a
Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, e pelos responsáveis pela Comunidade romana
de Santo Egidio, à qual, em 1983, foi confiada a Basílica de São Bartolomeu. A visita
do Santo Padre insere-se também no âmbito das celebrações pelos 40 anos de fundação
da Comunidade de Santo Egidio.
Ao dar as boas-vindas ao Santo Padre, no início
da Celebração da Palavra, o fundador da Comunidade de Santo Egidio, prof. Andrea Riccardi,
ressaltou a grande alegria com a qual os presentes o acolhiam na Basílica do Apóstolo
Bartolomeu, hoje sede do memorial dos "Novos Mártires" do Séc. XX.
"Assim o
quis o Servo de Deus João Paulo II, que havia confiado a basílica à Comunidade nos
seus 25 anos, com aquela confiança e carinho que nos fez crescer", disse ele, acrescentando:
Nós o recebemos, Santo Padre, como Sucessor de Pedro. Estamos comovidos com o fato
que sua visita se realize nos quarenta anos da Comunidade de Santo Egidio, é um dom
precioso. Nascidos em Roma, sentimos um afeto filial pelo Bispo de Roma e nos lugares
onde a comunidade se encontra (em mais de 70 países do mundo) existe sempre um pouco
de Roma.
Em sua homilia, Bento XVI disse que podemos considerar este encontro
na antiga Basílica de São Bartolomeu como "uma peregrinação à memória dos mártires
do Séc. XX, inúmeros homens e mulheres, conhecidos e desconhecidos que, ao longo daquele
século, derramaram seu sangue pelo Senhor".
"Neste lugar, repleto de memórias,
nos perguntamos: por que estes nossos irmãos mártires não tentaram salvar, a qualquer
custo, o bem insubstituível da vida? Por que continuaram a servir a Igreja, apesar
das graves ameaças e intimidações? Nesta basílica, onde estão conservadas as relíquias
do apóstolo Bartolomeu e onde são venerados os restos de Santo Adalberto, ouvimos
ecoar o eloqüente testemunho daqueles que, não apenas no Séc. XX, mas desde os inícios
da Igreja, vivendo o amor, ofereceram no martírio suas vidas a Cristo."
Sustentados
pela cândida chama do amor, prosseguiu o papa, os mártires derramaram seu sangue e
se purificaram no amor: no amor de Cristo que os fez capazes, por sua vez, de se sacrificar
por amor. Jesus disse: "Ninguém tem amor maior do que este: dar a vida pelos próprios
amigos" (Jo 15,13).
"Detendo-me nos seis altares que recordam os cristãos mortos
sob a violência totalitária do comunismo, do nazismo, dos mortos na América, na Ásia
e na Oceania, na Espanha e no México, percorremos novamente, e idealmente, muitos
episódios dolorosos do século passado."
"Muitos morreram enquanto realizavam
a missão evangelizadora da Igreja: seu sangue se misturou com o dos cristãos autóctones,
aos quais a fé havia sido comunicada. Outros, em condição de minoria, foram mortos
por ódio à fé", enfatizou o pontífice.
"Também este Séc. XXI se abriu no signo
do martírio. Quando os cristãos são realmente fermento, luz e sal da terra, tornam-se
também, como aconteceu com Jesus, alvo de perseguições; como Ele, são 'sinal de contradição'.
Bento XVI concluiu: "Queridos amigos da Comunidade de Santo Egidio, olhando
para esses heróis da fé esforcem-se vocês também em imitar a sua coragem e perseverança
em servir o Evangelho, especialmente entre os pobres. Sejam construtores da paz e
da reconciliação entre os inimigos e combatentes. Nutram a sua fé com a escuta e a
meditação da Palavra de Deus, com a oração cotidiana e com a ativa participação na
santa missa". (CM/RL)