2008-04-02 11:48:25

"A única esperança para o homem está na misericórdia de Deus": palavras de João Paulo II evocadas pelo seu sucessor na Missa celebrada na Praça de São Pedro, no terceiro aniversário da morte do Papa Wojtyla


(2/4/2008) Na presença de cerca de 40 mil fiéis e peregrinos, Bento XVI presidiu, na manhã desta quarta feira, na Praça de São Pedro, a uma celebração eucarística no terceiro aniversário da morte de João Paulo II, a 2 de Abril.
Com o Papa concelebraram os cardeais Ângelo Sodano, decano do Colégio cardinalício e ex-secretário de estado, e João Batista Re, prefeito da Congregação dos Bispos e ex substituto da Secretaria de Estado. Entre as dezenas de cardeais e bispos que participaram na celebração encontravam-se também os outros colaboradores mais íntimos do pontífice defunto, como por exemplo o vigário do Papa para a diocese de Roma, Cardeal Camilo Ruini e os dois secretários de João Paulo II: D. Estanislau, hoje cardeal arcebispo de Cracóvia e D. Mietek, hoje bispo coadjutor de Leopolis dos Latinos.

"A única esperança para o homem está na misericórdia de Deus": palavras de João Paulo II evocadas pelo seu sucessor na homilia da Missa.
Toda a vida de João Paulo II, especialmente o seu ministério petrino, pode ser lido sob o signo de Cristo Ressuscitado – sublinhou Bento XVI. As palavras do anjo da ressurreição “Não tenhais medo!” constituíram um seu mote, uma palavra de ordem, assente não nas forças humanas, mas unicamente na Cruz e na Ressurreição de Cristo.

O Papa começou por evocar a comoção e comparticipação de todo o mundo, há três anos, aquando da morte do servo de Deus João Paulo II. Ao longo de diversos dias – recordou – a basílica e a Praça de São Pedro “foram verdadeiramente o coração do mundo”, com “um caudal ininterrupto de peregrinos” a prestar homenagem ao despojos do venerado Pontífice. A poucos dias da celebração da Páscoa, o coração da Igreja encontrava-se ainda profundamente imerso no mistério da Ressurreição do Senhor.
 
“Na verdade, podemos ler toda a vida do meu amado Predecessor, em particular o seu ministério petrino, sob o signo de Cristo Ressuscitado. N’Ele nutria uma fé extraordinária, com Ele se detinha em conversação íntima, singular e ininterrupta. Entre as tantas qualidades humanas e sobrenaturais, tinha também a de uma excepcional sensibilidade espiritual e mística”.

Detendo-se nas leituras proclamadas nesta Missa, Bento XVI sublinhou o “Não tenhais medo!” que o anjo da ressurreição dirigiu à mulheres junto do sepulcro vazio, e que se tornaram como que um mote nos lábios do Papa João Paulo II, desde o solene início do seu ministério petrino, tendo-as repetido outras vezes à Igreja e à humanidade a caminho do ano 2000 e depois no dealbar do terceiro milénio.

“O seu Não tenhais medo não se baseava nas forças humanas, nem nos sucessos obtidos, mas unicamente na Palavra de Deus, na Cruz e na Ressurreição de Cristo. À medida que ia sendo despojado de tudo, até mesmo da sua própria palavra, foi aparecendo com crescente evidência o seu confiar-se a Cristo.
Como aconteceu a Jesus, também para João Paulo II no final as palavras deram lugar ao extremo sacrifício, ao dom de si. E a morte foi o sigilo de toda uma existência dada a Cristo, a Ele conformada mesmo fisicamente nas marcas do sofrimento e do abandono confiante nos braços do Pai celeste”.

Entre os muitos fiéis presentes na Praça de São Pedro, nesta Missa de sufrágio por João Paulo II, encontravam-se umas sete mil pessoas que participam nestes dias no I Congresso Mundial sobre a Divina Misericórdia. Bento XVI sublinhou que “a misericórdia de Deus é uma privilegiada chave de leitura do pontificado” do Papa Wojtyla. “Ele queria que o mensagem do amor misericordioso de Deus chegasse a todos os homens e exortava os fiéis a testemunhá-la”.

“O servo de Deus João Paulo II tinha conhecido e vivido pessoalmente as imensas tragédias do século XX e por muito tempo se interrogou o que é que poderia deter a maré do mal. A resposta não podia encontrar-se senão no amor de Deus.
De facto só a Divina Misericórdia está em condições de colocar um limite ao mal; só o amor omnipotente de Deus pode derrotar a prepotência dos malvados e o poder destrutivo do egoísmo e do ódio”.

Foi por isso que, durante a sua última visita à Polónia, regressando à sua terra natal, ele fez questão de afirmar que não há para o homem outra fonte de salvação senão a misericórdia de Deus”.








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