Formação cultural e espiritual, prioridades da Igreja: Bento XVI aos participantes
no capitulo geral dos Salesianos, constatando que na cultura de hoje é proibido falar
da Alma .A pobreza evangélica, praticada de maneira coerente, o amor fiel á Igreja
e o dom generoso de si próprio aos jovens, foram os pedidos formulados pelo Papa,
á família salesiana
(31/3/2008) O processo de secularização, que avança na cultura contemporânea, não
poupa tão pouco as comunidades de vida consagrada. Esta a admoestação de Bento
XVI na audiência aos participantes no capitulo geral dos Salesianos, durante a qual
dirigiu o convite a permanecer pobres e austeros e a vigiar sobre as formas e estilos
de vida que correm o perigo de tornar débil o testemunho evangélico, ineficaz a acção
pastoral e frágil a resposta vocacional. Solicitando os participantes a ajudarem
os seus confrades a guardar e reavivar a fidelidade á vocação, o Papa recordou as
prescrições ligadas á regra salesiana, em particular um nível de vida austero e a
pobreza evangélica, praticada de maneira coerente, o amor fiel á Igreja e o dom generoso
de si próprio aos jovens, especialmente aos mais necessitados e em desvantagem. Aspectos
que serão garantia de florescimento da Congregação dos Salesianos. Bento XVI
depois de ter saudado e agradecido ao Padre Pascual Chaves Villanueva, reconduzido
no cargo de Reitor - Mor dos Salesianos, sublinhou que, com o objectivo de fortalecer
a identidade da família salesiana, o primeiro empenho de todos os salesianos consiste
em reforçar a sua vocação a viver em plenitude a fidelidade da sua chamada á vida
consagrada. Recordou também o exemplo de São João Bosco para exortar á paixão
apostólica com a qual cada salesiano não terá receio de entrar com audácia nos âmbitos
mais difíceis da acção evangelizadora a favor dos jovens, especialmente dos mais pobres
material e espiritualmente, tendo também o coração aberto para individuar novas necessidades
dos jovens e a escutar as suas invocações de ajuda. “Don Bosco – observou ainda
Bento XVI – enfrentou as exigências totalizantes da missão com uma vida simples, pobre
e austera, partilhando as condições dos mais pobres e tendo assim a alegria de dar
mais a quem na vida menos tinha”. O Papa concluiu reafirmando as suas preocupações
pela actual “emergência educativa”, cujo aspecto mais grave é “o sentimento de desânimo
que toma posse de muitos educadores, em especial pais e professores, perante as dificuldades
que apresenta hoje em dia a sua tarefa”.
“Muitos pais e professores têm a
tentação de renunciar à sua tarefa própria, e nem sequer conseguem perceber qual é,
na verdade, a missão que lhes está confiada”.
O Pontífice definiu, assim,
como “extremamente importante” o facto de que a família, hoje em dia muitas vezes
“em dificuldade”, ou mesmo “ausente”, passe a ser “um sujeito activo” na educação
dos jovens. No que diz respeito aos professores, Bento XVI fez notar que mesmo
os da escola católica se encontram muitas vezes em dificuldade:
“Infelizmente
o processo de secularização que avança na cultura contemporânea não poupa nem sequer
as comunidades de vida consagrada. Há portanto que velar sobre formas e estilos de
vida que correm o risco de tornar débil o testemunho evangélico, ineficaz a acção
pastoral e frágil a resposta vocacional”: “A predilecção e o compromisso a favor
dos jovens, característica do carisma de Don Bosco, deve traduzir-se também num esforço
para envolver no processo de formação as próprias famílias. A pastoral juvenil deve
abrir-se decididamente à pastoral familiar: ocupar-se das famílias não é subtrair
forças à actividade com os jovens, pelo contrário: é torná-la mais duradoura e eficaz”.