2008-03-29 18:36:34

Reiterada a posição da Santa Sé contra a pena de morte


(29/3/2008) O Tribunal de Filadélfia anulou na Quinta-feira a condenação à morte de Mumia Abu-Jamal, figura emblemática da luta internacional contra a pena capital, mas reafirmou a sua culpa pelo assassinato de um polícia em 1981.
Mumia Abu-Jamal, ex-jornalista, ficou popular com o seu programa de rádio "A voz dos sem-voz". Negro e militante anti-racista, ele tem actualmente 53 anos e está no «corredor da morte» há 26, onde espera a resolução de um novo processo. Foi condenado à morte por, supostamente, matar um polícia que batia no seu irmão no início dos anos 80.
"Não se faz justiça punindo com outro crime. Por isso, toda a sentença de morte não executada é uma vitória do homem e da vida", afirmou o Cardeal Renato Raffaele Martino, presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, numa reacção, no jornal "L'Osservatore Romano", à notícia da anulação da pena capital de Mumia Abu-Jamal.
O Cardeal Martino lembra que a resolução da ONU contra a pena de morte “foi um passo enorme”, mas indicou também que há muitos países que não a aplicam.
No entanto, “são necessárias iniciativas como esta e muitas outras” para “libertar completamente o mundo desta forma atroz de fazer justiça”.
O Cardeal Martino recorda ainda que, em várias circunstâncias, o Papa manifestou-se publicamente contra esta maneira de fazer justiça. "A pena de morte não entra no conceito de justiça", recordou.
A Santa Sé dá primazia à defesa da vida, desde a concepção até a morte natural, e promove iniciativas para que esta forma de fazer justiça seja abolida.
Para o Cardeal Martino, "até o criminoso autor de um delito tem o direito de viver. Antes de tudo para poder “limpar” a própria existência do crime que cometeu e porque existe o aspecto da proporcionalidade da pena, que deve permitir a possibilidade de reabilitação. Ou seja, as sentenças que a sociedade é chamada a emitir devem ser correctivas e não destrutivas", indicou.
A pena de morte existe actualmente em 36 dos 50 Estados confederados dos EUA e 3.350 pessoas encontram-se presentemente nos «corredores da morte».
O Cardeal Martino recordou a iminente visita de Bento XVI à ONU, marcada para 18 de Abril. Esta poderá ser uma ocasião para chamar novamente a atenção da comunidade internacional sobre temas relativos à dignidade do homem.
"Certamente, naquela ocasião, o Papa vai evocar os problemas que sempre estiveram em debate nas Nações Unidas, principalmente os relativos à paz e ao desenvolvimento. Assim sendo, a sua visita será, para todos, um encorajamento a prosseguir o caminho da paz".








All the contents on this site are copyrighted ©.