DOM LOUIS: "CONFRONTO EM BASRA É PELO CONTROLE DO PETRÓLEO"
Kirkuk, 28 mar (RV) - "Há um confronto em ato entre os vários grupos políticos
para o poder e o controle do petróleo, confronto alimentado também pelo exterior.
Nos próximos meses, pois, haverá ainda a eleição dos membros do Conselho das províncias.
O que está acontecendo em Basra se funda justamente nesses fatos: quem governará e
controlará a cidade petrolífera?" Esse é o questionamento do bispo de Kirkuk, Dom
Louis Sako, sobre os confrontos em Basra e em Bagdá entre as milícias xiitas do imã
radical Moqtada al-Sadr e o exército iraquiano, com o apoio de helicópteros e aviões
norte-americanos.
"A segurança não é estável, também porque a polícia e o
exército pertencem a partidos e milícias", afirmou Dom Louis. Nessa situação, denuncia
o bispo caldeu, "em Mossul, depois da morte de Dom Rahho, prossegue a fuga dos cristãos
em direção ao norte, Kirkuk, e para a Síria. Os 'mujahidin' enviaram uma carta às
famílias cristãs pedindo uma taxa de proteção de 10.000 dólares para não ter a casa
destruída ou um luto familiar".
"Felizmente, existem também tantos muçulmanos
que expressaram indignação pela trágica morte de Dom Rahho e apreço pela obra de reconciliação
e de diálogo levada adiante pelas comunidades cristãs", acrescentou o bispo.
Dom
Louis explicou que os cristãos são para o Iraque um grande fator de equilíbrio e a
morte de Dom Rahho é hoje um estímulo para os fiéis a permanecerem no país, onde habitavam
bem antes da chegada dos muçulmanos. "Todavia, as igrejas e a comunidade internacional
têm o dever de ajudar na reconciliação do Iraque e na sobrevivência dos cristãos",
concluiu. (BF)