2008-03-27 16:52:27

UNICEF preocupada com situação em Moçambique : suspeição do tráfico de menores aliciadas além-fronteiras.


(27/3/2008) O Fundo das Nações Unidas para a Infância expressou em Maputo “profunda preocupação” com suspeitas de que duas jovens moçambicanas foram aliciadas e sexualmente escravizadas na África do Sul entre Janeiro e Fevereiro deste ano.
As alegadas vítimas de exploração sexual, com 16 e 20 anos, contaram elas próprias ao canal público Televisão de Moçambique, numa reportagem transmitida a semana passada, que viveram em cativeiro e como escravas sexuais numa casa na África do Sul.
As duas menores – pela lei moçambicana todos os que não tenham completado 21 anos de idade são considerados menores – chegaram à África do Sul depois de terem sido seduzidas na praia da Costa do Sol em Maputo por uma mulher com promessas de emprego como cabeleireiras e continuação de estudos naquele país, o mais rico de África.
Na sequência do caso, a representação da UNICEF em Maputo manifestou ontem, em comunicado, a sua “profunda preocupação com a suspeição do tráfico de menores aliciadas além-fronteiras, no sul de Moçambique, com a promessa de estudar e trabalhar como cabeleireiras”. “Este episódio chama a nossa atenção para o sério problema do tráfico de crianças e sobre a necessidade urgente da adopção de instrumentos legais que reforcem a protecção de crianças contra o abuso e exploração”, afirmou Leila Pakkala, representante da UNICEF em Moçambique.
Aquela agência das Nações Unidas lembra que Moçambique já era citado em vários estudos como “um país quer de origem quer de trânsito de crianças traficadas, apesar de não existirem dados concretos”. “A cidade de Maputo é o principal destino das crianças traficadas internamente, enquanto que a África do Sul é o principal destino das crianças traficadas para fora de Moçambique e de outros países vizinhos”, refere a UNICEF, que lamenta ainda a circunstância de “muitas crianças que são vítimas do tráfico terem idades entre os 13 e os 18 anos”. “A UNICEF louva a Assembleia da República ao colocar estas leis na sua agenda”, comentou Leila Pakkala, sobre os esforços do parlamento moçambicano, para a adopção de um quadro legal que combate o tráfico e abuso de menores.








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