2008-03-27 18:49:13

Santa Sé reafirma vontade de diálogo com o Islão, respondendo a criticas do mundo muçulmano por causa do Baptismo do egípcio Magdi Allam, convertido do Islão ao Catolicismo


(27/3/2008) O director da Sala de Imprensa da Santa Sé , Pe. Federico Lombardi, reagiu às críticas do mundo islâmico por causa do Baptismo durante a Vigília Pascal na Basílica de São Pedro,do egípcio Magdi Allam, convertido do Islão ao Catolicismo, afirmando que este episódio não deve travar o diálogo estabelecido nos últimos meses.
Em declarações à Rádio Vaticano, o Pe. Lombardi indica que “o baptismo de Magdi Allam é uma boa ocasião” para reafirmar que qualquer cristão “tem o direito de exprimir as suas próprias ideias, que continuam a ser pessoais, sem que se tornem expressão oficial do Papa ou da Santa Sé, como é óbvio”.
O Vaticano demarca-se assim, novamente, das declarações de Allam, que falou da sua antiga religião como “fisiologicamente violenta e historicamente conflituosa”.
“Acolher na Igreja um novo crente não significa, evidentemente, assumir todas as suas ideais e posições, em particular sobre temas políticos ou sociais”, aponta o Director Geral da Rádio Vaticano, do Centro Televisivo Vaticano e da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Entre as críticas à cerimónia da Vigília Pascal de Sábado passado na Basílica de São Pedro, destaque para as de Aref Ali Nayed, Director do Royal Islamic Strategic Studies Center e um dos participantes da recente reunião no Vaticano que levou ao anúncio da criação de um Fórum católico-muçulmano.
O Pe. Lombardi destaca que Nayed “confirma a vontade de continuar o diálogo de aprofundamento e conhecimento recíprocos entre cristãos e muçulmanos, não colocando em causa o caminho iniciado” ao longo do último ano e meio entre o Vaticano e os 138 signatários da carta aberta “Um mundo comum”, enviada por representantes muçulmanos a líderes cristãos, incluindo Bento XVI, no passado mês de Outubro.
“Este itinerário deve continuar, é de extrema importância, não pode ser interrompido e tem prioridade em relação a episódios que possam ser objecto de mal-entendidos”, aponta.
O Pe. Lombardi rejeita as acusações de “maniqueísmo” dirigidas por Nayed ao Papa, por causa da sua homilia sobre a simbologia da luz na Vigília Pascal, considerando que as mesmas “manifestam uma falta de compreensão da liturgia católica”.
O porta-voz do Vaticano diz ainda que a Igreja Católica não merece, hoje em dia, “acusações de falta de respeito pela dignidade e a liberdade da pessoa humana”.
“O Papa assumiu o risco deste Baptismo para afirmar a liberdade de escolha religiosa, que é consequência da dignidade da pessoa humana”, conclui.








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