EMBAIXADORA ESTADUNIDENSE JUNTO À SANTA SÉ: VATICANO E EUA CONTRA INSTRUMENTALIZAÇÃO
POLÍTICA DA RELIGIÃO
Cidade do Vaticano, 26 mar (RV) - No dia 28 de fevereiro passado, o Santo Padre
recebeu em audiência, no Vaticano, para a apresentação de suas credenciais, a Dra.
Mary Ann Glendon, desde 5 de novembro de 2007 nova embaixadora dos EUA junto à Santa
Sé. Trata-se de uma pessoa muito conhecida no Vaticano, pois durante muitos anos ela
foi presidente da Pontifícia Academia das Ciências Sociais _ cargo para o qual foi
convidada em 1994 por João Paulo II.
Originária de Pittsfield, no Massachussets,
onde nasceu há 69 anos, a Dra. Glendon vive com grande expectativa a próxima etapa
apostólica internacional que levará Bento XVI aos EUA, de 15 a 21 de abril próximo.
A
Rádio Vaticano quis saber da nova embaixadora norte-americana junto à Santa Sé como
estão os preparativos para essa viagem apostólica de Bento XVI aos EUA. Eis o que
nos disse:
Dra. Mary Ann Glendon:- "A preparação da visita está, em
grande parte, nas mãos da Santa Sé _ deste lado do Oceano _ do outro lado, está nas
mãos da Conferência Episcopal Estadunidense. Daquilo que me foi dado saber resulta
que os preparativos estão em bom ponto e a expectativa para a visita é muito grande,
de ambas as partes."
P. Recordamos recentemente o quinto aniversário da
invasão do Iraque, conduzida pelos EUA. O Santo Padre quis chamar a atenção para os
sofrimentos dos cristãos e de outras comunidades religiosas minoritárias no país.
No mês passado foi assassinado o arcebispo de Mossul dos Caldeus, Dom Paulos Faraj
Rahho, e esse foi o último de uma série de ataques à comunidade cristã no país. O
que os EUA estão fazendo para tutelar as minorias religiosas no Iraque? Dra.
Mary Ann Glendon:- "Como o senhor sabe, tanto o presidente dos EUA quanto o Santo
Padre fizeram declarações após o assassinato do arcebispo: declarações que vão fortemente
na mesma direção, porque condenam a violência, condenam o terrorismo e, em particular,
condenam a atitude de tomar a religião como pretexto para praticar atos de terrorismo.
Obviamente, tanto para a Santa Sé quanto para os EUA os sofrimentos dos cristãos e
das outras minorias no Iraque são uma preocupação central. Todos os dois estão comprometidos
a fazer o possível: mas a situação é muito difícil quando existem elementos na sociedade
determinados a minar esse compromisso comum dos EUA e da Santa Sé. Ora, após um desacordo
inicial, há um compromisso comum para construir uma sociedade livre, democrática e
estável, na qual as pessoas sejam tuteladas prescindindo da sua pertença religiosa.
Considero que se esteja obtendo algum progresso, mas a situação permanece muito, muito
difícil." (RL)