BENTO XVI: RESSURREIÇÃO DE CRISTO MUDOU A HISTÓRIA, A VIDA DAS PESSOAS E DOS POVOS,
MAS HÁ AINDA QUEM DUVIDE DELA
Cidade do Vaticano, 26 mar (RV) - A certeza e a alegria da Ressurreição de
Cristo: este foi o tema que o papa abordou esta manhã ao se dirigir aos numerosos
fiéis e peregrinos (cerca de 30 mil) reunidos na Praça São Pedro para a Audiência
Geral, nesta primeira quarta-feira da primavera européia.
Bento XVI chegou
ao Vaticano, esta manhã, a bordo de um helicóptero procedente de Castel Gandolfo (próximo
a Roma), onde está transcorrendo um período de repouso pascal e para onde retornou
ao término da Audiência. O Santo Padre permanecerá nesta pequena cidade do Lácio até
o próximo domingo.
Na catequese, o papa explicou que "na Igreja tudo se compreende
a partir desse grande mistério que mudou o curso da história e que se torna atual
em cada celebração eucarística". Mas é no tempo pascal que essa realidade central
da fé cristã é proposta aos fiéis de modo mais intenso, para que sempre mais a redescubram
e a vivam de modo mais fiel.
Páscoa é também a nossa Páscoa, porque no Cristo
ressuscitado nos é dada a certeza da nossa ressurreição final: "É importante reiterar
essa verdade fundamental da nossa fé, cuja verdade histórica é amplamente documentada,
embora hoje, como no passado, não falte quem em diferentes maneiras a coloque em dúvida
ou até mesmo a negue", recordou o pontífice.
Ele acrescentou que "na Igreja
tudo pára, tudo se desfaz" se falta a fé na Ressurreição de Jesus, o que torna "frágil
o testemunho dos fiéis". Pelo contrário, a adesão a Cristo morto e ressuscitado muda
a vida e ilumina toda a existência das pessoas e dos povos:
"Não é, por acaso,
a certeza de que Cristo ressuscitou que dá coragem, audácia profética e perseverança
aos mártires de todos os tempos? Não é o encontro com Jesus vivo que converte e fascina
tantos homens e mulheres que desde o início do cristianismo continuam deixando tudo
para segui-Lo e colocar a própria vida a serviço do Evangelho?"
"Se Cristo
não ressuscitou então vã é a nossa pregação e vã é também a nossa fé", acrescentou
o pontífice citando o apóstolo Paulo: "Sobretudo, deixemo-nos conquistar pelo fascínio
de Sua Ressurreição. Que Maria nos ajude a sermos mensageiros da luz e da glória da
Páscoa para muitos de nossos irmãos".
Nas saudações finais em várias línguas,
o Santo Padre recordou o centenário da paróquia romana de Todos os Santos, confiada
por São Pio X a São Luis Orione.
Entre os fiéis presentes na Praça São Pedro
encontrava-se também um grupo de crianças de Beslan (Ossétia do Norte) sobreviventes
da tragédia ocorrida na escola onde estudavam, em setembro de 2004, por obra de terroristas
islâmicos e separatistas chechenos.
Naquele trágico episódio, centenas de pessoas
perderam a vida, entre as quais 186 crianças. As crianças de Beslan são hóspedes,
nesses dias, da associação "Reset" de Graffignano, na província italiana de Viterbo.
Ao
término da audiência, Bento XVI recebeu, na antecâmara da Sala Paulo VI, o presidente
da Assembléia Geral da ONU, o macedônio Srgjan Kerim. Recorda-se que o papa visitará
a sede da ONU, em Nova York, no dia 18 de abril.
Entre as saudações finais
em várias línguas, o Santo Padre dirigiu-se também aos fiéis e peregrinos de língua
portuguesa. Eis o que disse:
"Amados Irmãos e Irmãs, Aos peregrinos
de língua portuguesa que aqui vieram, mormente os portugueses do Colégio Sagrado Coração
de Jesus de Bragança, convido a viverem a alegria pascal correspondendo com fé e otimismo
cristãos aos dons que Cristo Nosso Senhor fez nascer do alto da Cruz. Se fordes coerentes
com a vossa fé, sereis Cristo presente entre os homens! Que o Deus de toda a consolação
abençoe vossos lares e o trabalho de cada um, para serdes portadores de paz e de alegria
na esperança da feliz ressurreição no dia do Senhor!"
Bento XVI concluiu
a Audiência Geral concedendo a todos a sua Bênção apostólica. (RL)