Na Via Sacra do Coliseu de Roma, a oração pelos mártires de hoje e pela liberdade
religiosa
(22/3/2008) A condição dos cristãos perseguidos pela sua fé – “mártires do nosso
século – a ausência de liberdade religiosa e as injustiças cometidas pelo Estado,
“a traição efectuada também por homens de Igreja, a qual Igreja, porèm, será aquela
que no final ganhará a sua vitoria . As meditações escritas pelo cardeal de Hong
Kong, Joseph Zen Ze-Kiun, para a Via Sacra no Coliseu de Roma, na noite desta Sexta
Feira Santa, tocam as perseguições religiosas, colocando em primeiro plano, embora
sem nunca citar a China, os sofrimentos da “Igreja do silencio” do seu país. Os
coliseus multiplicaram-se através dos séculos, - escreve o Cardeal Zen, referindo-se
ao Coliseu como lugar histórico de martírio - nos lugares onde os nossos irmãos em
diferentes partes do mundo, continuando a vossa Paixão, ainda hoje são duramente perseguidos.E
é este também um destino que diz respeito também á Igreja, a Esposa de Cristo que
em muitas partes do mundo, está atravessando a hora tenebrosa da perseguição. Através
dos séculos, reafirma mais adiante nas suas meditações - falanges de inocentes foram
condenados a sofrimentos atrozes. Alguém grita que é uma injustiça, mas são eles,
os inocentes, que em comunhão com Cristo, o Inocente, expiam os pecados do mundo.
No momento de falar de Pilatos “imagem de todos aqueles que detêm a autoridade como
instrumento de poder e descuidam a justiça, a oração afirma: “Iluminai a consciência
de tantas pessoas constituídas em autoridade, para que reconheçam a inocência dos
vossos seguidores. Dai-lhes a coragem de respeitar a liberdade religiosa.
E
os poderosos – explica o Cardeal Zen - são também aqueles que controlam o comércio
e os mass-media; mas, há também a gente que se deixa facilmente manipular pelos poderosos
para oprimir os fracos. Sem fazer uma referencia explicita á divisão da Igreja
chinesa, entre a igreja patriótica e aquela subterrânea, as meditações falando de
Judas fazem referencia á traição que surpreende sobretudo se se referem também aos
pastores do rebanho de Deus. Não nos escandalizemos! As deserções, nunca faltaram
nas perseguições. Tal como depois, frequentemente, se davam os regressos. Um pensamento
vai também para as mães que, sob risco de prisão e perseguição, continuaram a rezar
em família, cultivando no coração a esperança de tempos melhores. A invocação
proposta pelo Bispo de Hong Kong a propósito da Igreja perseguida é que o sangue
dos mártires se torne semente de novos cristãos, que a certeza, de que os seus sofrimentos,
embora no momento presente pareçam uma derrota completa levarão á vitoria completa
da Igreja. Senhor – foi a oração dos fiéis durante a Via Sacra no Coliseu de Roma
– dai constância aos nossos irmãos perseguidos. Senhor, fazei-nos perseverantes
na união com a Igreja do silêncio e na aceitação da necessidade de desaparecer e morrer
como o grão de trigo.