2008-03-19 20:06:33

AUDIÊNCIA GERAL: PAPA FALA DO TRÍDUO PASCAL E LANÇA APELO EM PROL DA RECONCILIAÇÃO NO TIBETE


Cidade do Vaticano, 19 mar (RV) - A esperança de paz da Páscoa cristã é mais forte do que as "notícias dramáticas" que chegam do mundo. Bento XVI explicou os momentos salientes da Quinta, Sexta e Sábado Santos aos cerca de doze mil fiéis e peregrinos presentes na Basílica Vaticana e na Sala Paulo VI.

Céu e terra, as duas indivisíveis dimensões da mensagem cristã, emergem com particular evidência no Tríduo Pascal, que Bento XVI definiu, de modo contundente, como "núcleo essencial da fé cristã", "coração de todo o ano litúrgico", "único dia" no qual a Igreja sobe ao Calvário, desce ao sepulcro e ressurge com Cristo.

Ao mesmo tempo, a memória desses mistérios significa também "viver em profunda e solidária adesão ao hoje da história, convencidos de que aquilo que celebramos é realidade viva e atual": "Portanto, trazemos em nossa oração a dramaticidade de fatos e situações que nesses dias afligem tantos nossos irmãos em todas as partes do mundo. Nós sabemos que o ódio, as divisões e as violências jamais têm a última palavra nos eventos da história. Esses dias reanimam em nós a esperança: Cristo crucificado ressurgiu e venceu o mundo. O amor é mais forte do que o ódio: venceu. E devemos associar-nos a essa vitória do amor. Portanto, devemos partir novamente de Cristo e trabalhar em comunhão com Ele para um mundo fundado na paz, na justiça e no amor".

Bento XVI fez a sua catequese percorrendo cada um dos dias que, a partir de amanhã até o próximo domingo, recordarão as últimas horas e os últimos fundamentais gestos da vida terrena de Jesus. Da bênção dos óleos sagrados (na missa do Crisma de amanhã) à celebração da Ceia do Senhor, durante a qual, afirmou o Santo Padre, Jesus doa à Igreja nascente o "fármaco da imortalidade", a Eucaristia.

Em seguida, o mistério da dor e da morte da Sexta-Feira Santa: ocasião para "meditar sobre o grande mistério do mal e do pecado que oprime a humanidade", graças também àquelas "manifestações de piedade popular", como a Via-Sacra ou as sagradas representações, que buscam "imprimir sempre mais no ânimo dos fiéis sentimentos de verdadeira participação" no sacrifício de Jesus.

E chegamos ao "silêncio" do Sábado Santo, que enche as igrejas justamente de silêncio e recolhimento, e convida a alma a abrir-se à misericórdia de Deus: "Neste dia, é dada grande importância à participação no Sacramento da Reconciliação, caminho indispensável para purificar-nos o coração e predispor-nos a celebrar a Páscoa intimamente renovados. Ao menos uma vez ao ano precisamos dessa purificação interior, dessa renovação de nós mesmos".

O apelo pelo Tibete concluiu a catequese e as saudações nas várias línguas. "Sigo com grande apreensão as notícias que nesses dias chegam do Tibete", disse o pontífice, acrescentando:

"O meu coração de Pai sente tristeza e dor diante do sofrimento de tantas pessoas. Que o mistério da paixão e morte de Jesus, que revivemos nesta Semana Santa, nos ajude a sermos particularmente sensíveis à situação deles. Com a violência não se resolvem os problemas, mas somente se agravam. Convido vocês a se unirem a mim na oração. Peçamos a Deus onipotente, fonte de luz, que ilumine as mentes de todos e dê a cada um a coragem de escolher o caminho do diálogo e da tolerância."

Antes de se dirigir para a Sala Paulo VI, Bento XVI foi saudado calorosamente pelos estudantes reunidos na Basílica de São Pedro, que nesses dias participam em Roma do Congresso internacional Univ, promovido pelo Opus Dei. O papa dirigiu-se a eles em inglês e espanhol, concluindo em italiano:

"Sejam fermento de esperança neste mundo que anseia encontrar Jesus, por vezes sem nem mesmo dar-se conta. Para melhorá-lo, se esforcem, em primeiro lugar, em mudar vocês mesmos mediante uma vida sacramental intensa, especialmente recorrendo ao Sacramento da Penitência e tomando parte assiduamente da celebração da Eucaristia. Confio a cada um de vocês e suas famílias a Maria, que jamais deixou de contemplar a Face de seu Filho Jesus. Invoco sobre cada um de vocês a proteção de San Josemaría e de todos os santos de suas terras, enquanto desejo-lhes Boa Páscoa!"
Por fim, o Santo Padre dirigiu-se também os fiéis e peregrinos de língua portuguesa. Eis a sua saudação:

"Saúdo cordialmente os peregrinos portugueses do Instituto Cultural da Maia e o grupo de Escoteiros da Diocese do Porto. Que a vinda a Roma vos fortaleça na fé e avive no vosso ânimo a coragem para testemunhar a grandeza do amor de Jesus Cristo, vencedor do mal, pelo seu sofrimento, e ressuscitado para ser a nossa esperança e a nossa paz. A todos os visitantes de língua portuguesa desejo uma feliz e santa Páscoa!" RealAudioMP3

O Santo Padre concluiu a audiência geral concedendo a todos a sua Bênção apostólica. (RL/BF)







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