2008-03-18 15:35:32

Clara Lubich, "mulher de fé intrépida, mansa mensageira de esperança e de paz": Bento XVI em mensagem enviada por ocasião do funeral, em Roma, nesta terça 18 de Março


(18/3/2008) “Generosa testemunha de Cristo, que se gastou sem reservas pela difusão da mensagem evangélica em todos os âmbitos da sociedade contemporânea: assim definiu Clara Lubich Bento XVI, em mensagem dirigida ao cardeal Tarcísio Bertone, Secretário de Estado, que a comunicou na celebração das exéquias a que presidiu nesta terça-feira à tarde, na basílica romana de São Paulo fora de muros. Uma assembleia constituída por uma imensa multidão, recolhida e comovida, participou no funeral da fundadora do Movimento dos Focolares, falecida no passado dia 14, com 88 anos de idade. A celebração exequial foi precedida por um tempo de evocação da figura de Chiara Lubich, com a leitura de alguns seus textos e o testemunho de representantes de variadas confissões cristãs e mesmo de outras religiões.

Na sua mensagem, o Santo Padre declarava participar espiritualmente naquela solene liturgia e renovava os seus “sentidos pêsames aos responsáveis e a toda a Obra de Maria – Movimento dos Focolares, como também a quantos colaboraram com esta generosa testemunha de Cristo, que se gastou sem reservas pela difusão da mensagem evangélica em todos os âmbitos da sociedade contemporânea, sempre atenta aos ‘sinais dos tempos’.”
“Muitos são os motivos para dar graças ao Senhor pelo dom feito à Igreja nesta mulher de fé intrépida, mansa mensageira de esperança e de paz, fundadora de uma vasta família espiritual que abraça múltiplos campos de evangelização” – escreve Bento XVI, que prossegue ainda. “Queria sobretudo dar graças a Deus pelo serviço que Clara prestou à Igreja: um serviço silencioso e incisivo, sempre em sintonia com o magistério da Igreja. (…) Clara e a Obra de Maria sempre procuraram responder com dócil fidelidade a cada um dos apelos e desejos (dos Papas). (…) Mais ainda: vendo as iniciativas que suscitou, poder-se-ia até mesmo dizer que tinha quase a profética capacidade de intuir e de concretizar antecipadamente (o pensamento do Papa). A sua herança passa agora à sua família espiritual. A Virgem Maria, permanente modelo de referência para Clara, ajude cada focalarino e focolarina a prosseguir no mesmo caminho contribuindo a fazer com que, como escreveu o amado João Paulo II no final do Grande Jubileu do Ano 2000, a Igreja seja cada vez mais casa e escola de comunhão”.
Na homilia da Missa o Cardeal Bertone evocou o “ardente desejo do encontro com Cristo” que marcou a existência de Chiara, em particular nos últimos momentos de vida, “uma subida gradual ao Calvário”.
Para o Secretário de Estado do Vaticano, a vida da fundadora dos Focolares foi “um canto ao amor de Deus, a Deus que é amor”.
“O sonho dos inícios tornou-se realidade, Chiara encontra-se com aquele que amou sem ver”, assegurou.
O purpurado lembrou que a notícia da sua morte suscitou uma vasta onda de condolências, em todos os continentes, entre crentes ou não crentes, poderosos ou pobres.
O Cardeal Bertone assinalou que no séc. XX, marcado por “crimes horrendos contra a humanidade”, injustiças e contradições, Deus suscitou numerosos homens e mulheres que “partilharam a sorte dos últimos” e “dispensaram o pão da caridade”.
Este foi também o século do nascimento de vários novos movimentos eclesiais. O “carisma próprio” de Chiara Lubich, que passa para o Movimento dos Focolares, foi segundo o Secretário de Estado do Vaticano um estilo “silencioso e único”.
Chiara Lubich, assegurou, dedicou-se a “acender o fogo do amor de Deus nos corações”, pessoas que vivam “o carisma da unidade com Deus e com o próximo”. O seu trabalhou foi, acima de tudo, divulgar o Evangelho, “a mais poderosa e eficaz revolução social”.
Neste contexto, pediu que a Economia de Comunhão seja levada em conta para promover “uma nova ordem internacional partilhada” por todos.









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