2008-03-18 18:20:29

CARD. BERTONE: "A VIDA DE CHIARA É UM HINO AO AMOR DE DEUS"


Cidade do Vaticano, 18 mar (RV) – Realizou-se esta tarde, na Basílica de S. Paulo Fora dos Muros, o funeral de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, que faleceu no dia 14 aos 88 anos.

A cerimônia foi presidida pelo secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, e concelebrado pelos cardeais Stanisław Ryłko, Walter Kasper e Andrea di Montezemolo, com numerosos bispos e sacerdotes. Estavam presentes também autoridades civis e líderes religiosos cristãos, muçulmanos, judeus e budistas.

Na homilia, o Cardeal falou da vida de Chiara Lubich como um "hino ao amor de Deus, a Deus que é Amor".

O purpurado recordou que o século XX é constelado por astros luminosos do amor divino. Portanto, "não deve ser recordado somente pelas maravilhosas conquistas obtidas no campo da técnica e da ciência e do progresso econômico, que, porém, não eliminou, ao contrário, por vezes acentuou a injusta divisão dos recursos e dos bens entre os povos".

O secretário de Estado prosseguiu afirmando que o século XX não passará para história somente pelos esforços realizados para construir a paz, que infelizmente não impediram crimes horrendos contra a humanidade e conflitos e guerras que não param de ensangüentar vastas regiões da terra.

"O século passado, embora repleto de contradições, é o século em que Deus suscitou inúmeros e heróicos homens e mulheres que, enquanto curavam as feridas dos enfermos e dos sofredores e compartilhavam a sorte dos menores, dos pobres e dos últimos, dispensavam o pão da caridade que cura os corações, abriam as mentes à verdade, restituíram confiança e estímulo a vidas despedaçadas pela violência, pela injustiça, pelo pecado", analisou.

O século XX foi caracterizado também pelo nascimento de novos Movimentos eclesiais, "e Chiara Lubich encontra lugar nesta constelação, com um carisma que é todo seu".

"A fundadora do Movimento dos Focolares, com estilo silencioso e humilde, não cria instituições de assistência e promoção humana, mas se dedica a acender o fogo do amor de Deus nos corações, suscita pessoas que vivam o carisma da unidade e da comunhão com Deus e com o próximo", afirmou.

Para o cardeal, essa missão é possível a todos, porque o Evangelho está ao alcance de todos: bispos e sacerdotes, jovens e adultos, consagrados, leigos, esposos, famílias e comunidades, todos chamados a viver o ideal da unidade. "Que todos sejam um!"

Sobre o Movimento dos Focolares, o purpurado afirmou que se trata de um movimento que se compromete a viver o Evangelho à letra, "a mais poderosa e eficaz revolução cultural", e citou o Brasil, onde, para ir ao encontro das condições daqueles que vivem nas periferias das metrópoles, lançou o projeto de uma "economia de comunhão na liberdade", lançando uma nova teoria e práxis econômica baseadas na fraternidade, por um desenvolvimento sustentável em benefício de todos.

Durante a homilia, o cardeal leu a mensagem que Bento XVI enviou para a ocasião.

O papa disse "que muitos são os motivos para dar graças a Deus pelo dom de Chiara Lubich à Igreja, essa mulher de fé corajosa, grande mensageira de esperança e de paz, fundadora de uma grande família espiritual que abraça vários campos de evangelização".

Em primeiro lugar, o papa agradece a Deus pelo serviço que Chiara ofereceu à Igreja: um serviço silencioso e incisivo, sempre em sintonia com o magistério da Igreja. "Poder-se-ia inclusive afirmar que, olhando para as iniciativas que suscitou, tinha quase a profética capacidade de intuir o pensamento dos pontífices e aplicá-lo antecipadamente".

A sua herança, afirma o Bento XVI, passa agora à sua família espiritual: "Que a Virgem Maria, modelo constante de referência para Chiara, ajude cada focolarino e focolarina a prosseguir sobre o mesmo caminho, contribuindo de modo que a Igreja seja sempre mais casa e escola de comunhão". (BF)







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