PAPA CELEBRA SANTA MISSA NO DOMINGO DE RAMOS E PEDE PAZ PARA O IRAQUE
Cidade do Vaticano, 16 mar (RV) - O Papa Bento XVI celebrou hoje, na Praça
São Pedro, a tradicional missa do Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa,
e aproveitou a ocasião para pedir o fim da violência no Iraque.
Na conclusão
da Santa Missa, durante a qual se meditou sobre a Paixão de Cristo, o Papa recordou
o arcebispo de Mossul dos Caldeus, Dom Paulos Faraj Rahho, encontrado morto nos dias
passados. O papa disse que seu belo testemunho de fidelidade a Cristo, à Igreja e
à sua gente, que não quis abandonar apesar de numerosas ameaças, leva-o a alçar um
forte e premente apelo:
"Chega de massacres, chega de violências, chega de
ódio no Iraque! Faço também um apelo ao povo iraquiano, que há cinco anos carrega
as conseqüências de uma guerra que provocou o desaparecimento de sua vida civil e
social: amado povo iraquiano, levante a cabeça e seja você mesmo, em primeiro lugar,
o reconstrutor de sua vida nacional! Seja a reconciliação, o perdão, a justiça e o
respeito da convivência civil entre tribos, etnias, grupos religiosos; o solidário
caminho para a paz em nome de Deus!"
Antes da oração do Angelus, Bento XVI
dirigiu ainda uma particular saudação aos jovens e os convocou para o encontro em
Sydney, em julho, para o Dia Mundial da Juventude.
"Dirijo minha cordial saudação
aos jovens, provenientes de muitos países do mundo, por ocasião do Dia Mundial da
Juventude, que o amado servo de Deus João Paulo II quis unir ao Domingo de Ramos.
O meu pensamento vai neste momento a Sydney, na Austrália, onde estão em andamento
os preparativos para o grande encontro que terei lá com os jovens de todo o mundo,
de 15 a 20 de julho. Até Sydney!"
Momentos antes, o papa celebrou a Santa Missa
do Domingo de Ramos, que começou com a Procissão dos Ramos, que lembra a entrada de
Jesus em Jerusalém. O Santo Padre abençoou os ramos de oliveira com água benta e depois
continuou a procissão do obelisco da praça até o altar colocado no patamar da Basílica
de São Pedro.
Na procissão, o pontífice foi acompanhado por alguns bispos e
cardeais, além de 270 jovens, por ocasião da comemoração hoje do Dia Mundial da Juventude
em nível diocesano.
Durante a sua homilia, o Santo Padre pediu-lhes que não
cedam à ambição e à idolatria e recordou que os cristãos têm que passar uma imagem
de "fé pura e aberta" aos "pagãos e àqueles que passam por um período de busca".
E
o Papa questionou: "A consciência de que a avidez é também idolatria chega aos nossos
corações e a nossa forma de vida? Não deixamos às vezes, de várias maneiras, entrar
ídolos também em nossa fé? Para aceitar Deus é preciso abandonar a soberba que leva
a se afastar d'Ele. Além disso, para encontrar Deus, é necessário ser capaz de ver
com um coração jovem, que não esteja obstaculizado por preconceitos ou cego por interesses".
A
homilia do Papa foi dedicada principalmente à explicação da leitura da passagem bíblica
em que Jesus expulsa os vendilhões do templo. Bento XVI disse que "a expulsão dos
mercadores simboliza a criação de um novo templo: que é o próprio Jesus Cristo, e
onde o amor de Deus se inclina sobre os homens". "O novo templo é promessa do Reino
da reconciliação e do amor que, em comunhão com Cristo, se instaura além de qualquer
fronteira", acrescentou o papa.
"Acabou o tempo no qual os animais eram imolados
a Deus. Os sacrifícios de animais eram uma miserável substituição, um gesto de nostalgia
do verdadeiro modo de adorar Deus. No lugar dos sacrifícios cruentos e das ofertas
de alimentos, sucede o corpo de Cristo. Somente o amor até o fim, somente o amor que
pelos homens se doa totalmente a Deus, é o verdadeiro culto, o verdadeiro sacrifício.
Adorar em espírito e verdade significa adorar em comunhão com Aquele que é a verdade."
(SP/BF)