2008-03-16 12:17:32

Jesus mostra Deus como Aquele que ama e cura com o poder do amor: Bento XVI na missa de Ramos, na Praça de São Pedro, com dezenas de milhares de jovens


( 16/3/2008) Jesus sobe a Jerusalém, uma caminhada que conduz à purificação do Templo, através da Cruz. Mas não vem como destruidor; mostra Deus como Aquele que ama, Aquele cujo poder é o poder do amor: sublinhou Bento XVI, na homilia da Missa deste domingo dos Ramos.
O Papa começou por apresentar Jesus que se encaminha para a Cidade Santa, para o Templo, numa peregrinação que corresponde a uma subida interior. O seu percurso não se concluirá no Templo, ele vai mais além: “meta última da sua subida é a Cruz”. “É a subida em direcção ao amor até ao fim, que é o verdadeiro monte de Deus, o definitivo lugar do contacto entre Deus e o homem”.
Recordando como se apresentava o Templo de Jerusalém, Bento XVI sublinhou o facto de ali existir também um átrio dos pagãos. O Deus de Israel é o único Deus de todos os povos. “Embora os pagãos não entrassem, por assim dizer, no interior da Revelação, podiam contudo, no átrio da fé, associar-se à oração ao Deus único. O Deus de Israel, o Deus de todos os homens, estava sempre aguardando também a oração deles, a sua busca e invocação”. Daqui surge também para nós, cristãos, uma interpelação que leva a examinar a nossa consciência:
“É a nossa fé bastante pura e aberta, de tal modo que a partir dela também os pagãos, as pessoas que hoje se encontram em busca, têm as suas perguntas, possam intuir a luz do único Deus, associar-se nos átrios da fé à nossa oração e com o seu demandar tornarem-se porventura também eles adoradores? (…) Não deixamos porventura, de diversas maneiras, entrar os ídolos também no mundo da nossa fé? Estamos dispostos a deixar-nos purificar sempre de novo pelo Senhor, permitindo-Lhe expulsar de nós e da Igreja tudo aquilo que Lhe é contrário?”
Reflectindo sobre a novidade, originalidade, do sacrifício de Jesus, em contraste com os sacrifícios cruentos de animais, no Templo de Jerusalém, Bento XVI sublinhou que tais sacrifícios foram substituídos pela oferta do corpo de Cristo, pela oferta d’Ele próprio. “Só o amor até ao fim, só o amor que pelos homens se dá totalmente a Deus, é o verdadeiro culto, o verdadeiro sacrifício. Adorar em espírito e verdade significa adorar em comunhão com Aquele que é a verdade; adorar na comunhão com o seu Corpo, no qual o Espírito Santo nos reúne”. Aqui se exprime “ o novo agir de Deus”:
Na parte final da homilia, Bento XVI referiu ainda dois aspectos da acção de Jesus, na sua última entrada em Jerusalém: os cegos e estropiados que Ele curou, e as crianças e jovens que O aclamaram.
Sobre o primeiro aspecto, o Papa sublinhou que a bondade de Jesus que cura substitui o comércio dos animais e os negócios com dinheiro. “É essa a verdadeira purificação do templo”:
“Jesus não vem como destruidor; não vem com a espada do revolucionário. Vem com o dom de curar. Dedica-se àqueles que, pelas suas enfermidades, são postos à margem da vida e da sociedade. Jesus mostra Deus como Aquele que ama, e o seu poder como o poder do amor. E diz-nos assim o queé que fará sempre parte do justo culto de Deus: o curar, o servir, a bondade que cura”.
Finalmente, sobre as crianças que aclamam Jesus à sua entrada em Jerusalém, Bento XVI recordou que o Senhor disse aos discípulos que para entrar no Reino seria preciso tornar-se como crianças. E “ele próprio, que abraça o mundo inteiro, se fez pequeno para vir ao nosso encontro e para nos encaminhar para Deus. Para reconhecer Deus, temos que abandonar a soberba que nos cega e que nos afasta de Deus, como Deus fosse nosso concorrente”.
“Para encontrar a Deus, precisamos de nos tornarmos capazes de ver com o coração. Temos que aprender a ver com um coração jovem, sem preconceitos e sem ser obscurecido por interesses. Nos pequenos que de coração livre e aberto O reconhecem, a Igreja sempre viu a imagem dos crentes de todos os tempos, a sua própria imagem”.
“Juntamente com os jovens de todo o mundo vamos ao encontro de Jesus, Deixemo-nos guiar por Ele, para aprendermos do próprio Deus o modo correcto de sermos homens. Com Ele agradeçamos a Deus, porque com Jesus, o Filho de David, nos deu um espaço de paz e reconciliação que abraça, na Santa Eucaristia, o mundo”.








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