LÍDERES MUÇULMANOS DE TODO O MUNDO PROPÕEM DIÁLOGO COM CRISTÃOS
Dacar, 15 mar (RV) - Líderes islâmicos de todo o mundo condenaram na sexta-feira
o extremismo e o terrorismo, que consideram incompatível com os valores muçulmanos,
e propuseram uma reunião internacional de alto escalão para promover um "diálogo de
civilizações" com o mundo cristão.
Os chefes de Estado e governo dos 57 países
da Organização da Conferência Islâmica (OCI), que reúne 1 bilhão e 500 milhões de
muçulmanos de todo o mundo, apresentaram a "Declaração de Dacar" ao final de dois
dias de cúpula na capital senegalesa.
"Continuamos a condenar fortemente todas
as formas de extremismo e dogmatismo, que são incompatíveis com o Islã, uma religião
de moderação e coexistência pacífica", afirma o texto.
A propósito, para proteger
sua fé, os países muçulmanos criaram um observatório que monitoriza a "islamofobia"
em nível internacional e publica um relatório mensal sobre conteúdos alegadamente
ofensivos que foram proferidos em discursos, publicados ou difundidos de algum outro
modo. O observatório foi criticado por organizações humanitárias, que alegam que a
medida limita a liberdade de expressão.
Os países muçulmanos analisaram ainda
a situação específica de alguns países, como o Chade e o Sudão. Já em referência à
luta palestina contra Israel, a OCI disse também que o terrorismo deve ser diferenciado
da "resistência legítima contra a ocupação estrangeira".
Como de costume,
os líderes da OCI reservaram duras críticas a Israel, condenando o Estado judeu pelos
"crimes de guerra" contra civis palestinos. O texto afirma que a "punição coletiva
de civis" palestinos viola o direito humanitário internacional e que "as forças de
ocupação devem ser responsabilizadas por esses crimes de guerra". (BF)