É o Espírito Santo que nos transforma interiormente. Confessando os nossos pecados
experimentamos a verdadeira alegria: Bento XVI na celebração penitencial com os jovens
de Roma
(13/3/2008) Um intenso convite a bem confessar os próprios pecados, com o sério propósito
de os não repetir: esta a exortação dirigida pelo Papa aos jovens romanos congregados
nesta quinta-feira à tarde na basílica de São Pedro para uma celebração penitencial
que integrava o rito da confissão pessoal, com absolvição individual: “Caros amigos,
preparemo-nos pois, com um sincero exame de consciência a apresentar-nos àqueles a
quem Cristo confiou o mistério da reconciliação. Com espírito contrito confessemos
os nossos pecados, propondo-nos seriamente não os voltar a repetir. Experimentaremos
assim a verdadeira alegria: a que provém da misericórdia de Deus, se derrama nos nossos
corações e nos reconcilia com Deus. Esta alegria é contagiosa!”
O Papa sublinhou
que esta transformação interior tem lugar pela acção do Espírito Santo, o Qual – observou
– “não altera as situações exteriores, mas as interiores”, como realizou com os Apóstolos,
no dia de Pentecostes… “Também esta tarde o Espírito descerá aos nossos corações,
para perdoar os pecados e nos renovar interiormente revestindo-nos de uma força que
nos tornará, também a nós, como os Apóstolos, audazes em anunciar que ‘Cristo morreu
e ressuscitou!”
Evocando brevemente um filme já outrora por si comentado quando
era arcebispo de Munique, Bento XVI pôs em evidência “a acção do Espírito Santo numa
alma”: que penetre numa pessoa ou não, isso não se pode ver nem demonstrar (reconheceu);
mas o facto é que “transforma e renova toda a perspectiva da existência humana”. Neste
contexto, o Papa evocou “a espantosa possibilidade de ser desumano” de que uma pessoa
dispõe, permanecendo pessoa, mas vendendo e perdendo ao mesmo tempo a própria humanidade.
“É imensa a distância entre a pessoa humana e o ser desumano, e contudo não se pode
demonstrar. É a coisa realmente essencial, embora sendo, aparentemente, sem importância”
– sublinhou Bento XVI.
Quase a concluir, o Papa evocou os 25 anos da criação,
a dois passos da Praça de São Pedro, do Centro Internacional Juvenil São Lourenço,
por vontade do seu predecessor, com o intuito de favorecer – também na cidade de Roma
– o acolhimento dos jovens, a partilha de experiências e de testemunhos da fé, e sobretudo
a oração que nos faz descobrir o amor de Deus.
“Queridos jovens, esta cidade
de Roma está nas vossas mãos. A vós a tarefa de a tornar bela, também espiritualmente,
com o vosso testemunho de vida vivida na graça de Deus, longe do pecado, aderindo
a tudo aquilo que o Espírito Santo nos chama a ser, na Igreja e no mundo. Tornareis
assim visível a sobreabundante graça de Cristo, que brota do seu lado trespassado
por nós na cruz. O Senhor Jesus lava-nos dos pecados, cura-nos das culpas e fortifica-nos
para não sucumbirmos na luta contra o pecado e no testemunho do seu amor”.