COMUNIDADE DE SANTO EGÍDIO VAI MEDIAR ACORDO COM REBELDES NA R.D. DO CONGO
Roma, 11 mar (RV) - O governo da República Democrática do Congo pediu à Comunidade
romana de Santo Egídio, nesta terça-feira, que organize um encontro, em Roma, entre
os representantes do governo congolês e os chefes das Forças Democráticas da Libertação
de Ruanda (FDLR).
A guerrilha é o principal grupo de rebeldes hutus que atua
no leste do Congo, acusada de participar do genocídio ocorrido em 1994 em Ruanda.
O objetivo da reunião é preparar o encontro em Kisangani, no nordeste do Congo,
a fim de convencer o FDLR a aderir ao processo de desarmamento iniciado por outros
grupos que atuam no leste do Congo, além de agilizar o processo de repatriação de
seus militantes para Ruanda. Em janeiro passado, foi assinado em Goma um acordo de
cessar-fogo entre os grupos armados de Kivu, mas o FDLR não aderiu.
Segundo
a imprensa congolesa, uma delegação do governo de Kinshasa veio a Roma, na sede da
Comunidade de Santo Egídio, para discutir as condições do desarmamento e o processo
de repatriação dos militantes do FDLR. A delegação congolesa também foi a Ruanda para
discutir tais questões.
Segundo a imprensa local, os rebeldes ruandeses estão
dispostos a depor as armas e retornar a seu país, mas impuseram algumas condições,
como, por exemplo, a organização de um diálogo interno, garantias de segurança para
o regresso à pátria e integração dos membros do FDLR no exército, na administração
pública ou na vida civil.
A presença dos rebeldes ruandeses é um dos principais
obstáculos para a estabilização do leste da RDC. A solução desse problema poderá garantir
um futuro melhor para toda a região africana dos Grandes Lagos. (MJ/BF)