Bento XVI ,contra o uso da tortura nas prisões, classifica como “absurda a condição
dos que são torturados até à morte sem nenhum outro motivo que não seja o das suas
próprias convicções ideológicas, políticas e religiosas”.
(12/3/2008) Bento XVI interveio esta Quarta-feira contra o uso da tortura nas prisões,
classificando como “absurda a condição dos que são torturados até à morte sem nenhum
outro motivo que não seja o das suas próprias convicções ideológicas, políticas e
religiosas”. O Papa falava na audiência geral, a respeito da figura de Boécio
(480-524), intelectual medieval, que apresentou como “símbolo de um número imenso
de presos injustamente de todos os tempos e de todas as latitudes”. Bóecio foi
condenado à morte por um suposto complot contra Teodorico, em Outubro de 524. Por
causa deste “fim dramático”, disse Bento XVI, “Boécio pode falar desde dentro ao homem
contemporâneo e, sobretudo, às muitíssimas pessoas que sofrem a sua mesma sorte por
causa da injustiça presente em tantas partes da justiça humana”. “Cada pessoa
detida, qualquer que seja a razão que a levou para a prisão, intui quão pesada é
esta condição humana particular, sobretudo quando ela é embrutecida pelo recurso
á tortura, como aconteceu a Boécio”, prosseguiu. O Papa falou ainda da importância
de não “cair no fatalismo”, porque a vida não é governada “pelo fado, a fortuna”,
mas pela “Providência”. “Mesmo na prisão, há a possibilidade de rezar, de dialogar
com Aquele que nos salva”, apontou. “As dificuldades da vida não se limitam a
revelar quão efémera é a falta de sorte, mas acabam por se mostrar úteis para individuar
e manter as relações autênticas entre as pessoas”, acrescentou Bento XVI. Na habitual
catequese desta audiência geral , o Papa falou ainda de Cassiodoro, filósofo dos séc.
V-VI. Bento XVI salientou o seu empenho em favor da vida monástica, destacando a
sua ideia de “confiar precisamente aos monges a missão de recuperar, conservar e transmitir
às gerações seguintes o imenso património cultural dos antigos, para que não fosse
perdido”. No final, o Papa saudou também os peregrinos de língua portuguesa,
“mormente os peregrinos que vieram de Portugal”: Saúdo cordialmente os presentes
e ouvintes de língua portuguesa, mormente os peregrinos que vieram de Portugal.
Sede bem-vindos!
Faço votos por que leveis desta visita a Roma mais viva a certeza que é apelo: Jesus
Cristo morreu por nós e para a nossa salvação! Que vos iluminem os testemunhos de
São Pedro e São Paulo, e vos assistam abundantes graças que imploro para todos com
os votos de Felizes Páscoas, e a Bênção de Deus Todo Poderoso.Saudando os peregrinos
reunidos na Basílica de São Pedro, antes da audiência geral, na grande Aula das Audiências
do Vaticano o Papa admitiu que a escola de hoje “enfrenta grandes desafios, que emergem
no campo da educação”. “Quem ensina, contudo, não pode deixar de perceber a dimensão
moral de qualquer saber humano, porque o homem conhece pelo agir e o agir é o fruto
da sua consciência”, disse, mostrando preocupação pela formação espiritual dos jovens. “A
escola não pode ser apenas um lugar de aprendizagem de noções, mas é chamada a oferecer
aos alunos a oportunidade de aprofundar mensagens válidas de carácter cultural, social,
ético e religioso”, apontou.