2008-03-12 12:43:28

Bento XVI ,contra o uso da tortura nas prisões, classifica como “absurda a condição dos que são torturados até à morte sem nenhum outro motivo que não seja o das suas próprias convicções ideológicas, políticas e religiosas”.


(12/3/2008) Bento XVI interveio esta Quarta-feira contra o uso da tortura nas prisões, classificando como “absurda a condição dos que são torturados até à morte sem nenhum outro motivo que não seja o das suas próprias convicções ideológicas, políticas e religiosas”.
O Papa falava na audiência geral, a respeito da figura de Boécio (480-524), intelectual medieval, que apresentou como “símbolo de um número imenso de presos injustamente de todos os tempos e de todas as latitudes”.
Bóecio foi condenado à morte por um suposto complot contra Teodorico, em Outubro de 524. Por causa deste “fim dramático”, disse Bento XVI, “Boécio pode falar desde dentro ao homem contemporâneo e, sobretudo, às muitíssimas pessoas que sofrem a sua mesma sorte por causa da injustiça presente em tantas partes da justiça humana”.
“Cada pessoa detida, qualquer que seja a razão que a levou para a prisão, intui quão pesada é esta condição humana particular, sobretudo quando ela é embrutecida pelo recurso á tortura, como aconteceu a Boécio”, prosseguiu.
O Papa falou ainda da importância de não “cair no fatalismo”, porque a vida não é governada “pelo fado, a fortuna”, mas pela “Providência”.
“Mesmo na prisão, há a possibilidade de rezar, de dialogar com Aquele que nos salva”, apontou.
“As dificuldades da vida não se limitam a revelar quão efémera é a falta de sorte, mas acabam por se mostrar úteis para individuar e manter as relações autênticas entre as pessoas”, acrescentou Bento XVI.
Na habitual catequese desta audiência geral , o Papa falou ainda de Cassiodoro, filósofo dos séc. V-VI. Bento XVI salientou o seu empenho em favor da vida monástica, destacando a sua ideia de “confiar precisamente aos monges a missão de recuperar, conservar e transmitir às gerações seguintes o imenso património cultural dos antigos, para que não fosse perdido”.
No final, o Papa saudou também os peregrinos de língua portuguesa, “mormente os peregrinos que vieram de Portugal”:
Saúdo cordialmente os presentes e ouvintes de língua portuguesa, mormente os peregrinos que vieram de Portugal. RealAudioMP3 Sede bem-vindos! Faço votos por que leveis desta visita a Roma mais viva a certeza que é apelo: Jesus Cristo morreu por nós e para a nossa salvação! Que vos iluminem os testemunhos de São Pedro e São Paulo, e vos assistam abundantes graças que imploro para todos com os votos de Felizes Páscoas, e a Bênção de Deus Todo Poderoso.Saudando os peregrinos reunidos na Basílica de São Pedro, antes da audiência geral, na grande Aula das Audiências do Vaticano o Papa admitiu que a escola de hoje “enfrenta grandes desafios, que emergem no campo da educação”.
“Quem ensina, contudo, não pode deixar de perceber a dimensão moral de qualquer saber humano, porque o homem conhece pelo agir e o agir é o fruto da sua consciência”, disse, mostrando preocupação pela formação espiritual dos jovens.
“A escola não pode ser apenas um lugar de aprendizagem de noções, mas é chamada a oferecer aos alunos a oportunidade de aprofundar mensagens válidas de carácter cultural, social, ético e religioso”, apontou.
 







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