NO ANGELUS DOMINICAL, APELO DO PAPA PELA TERRA SANTA E PELO IRAQUE
Cidade do Vaticano, 09 mar (RV) - Na manhã deste quinto e último domingo da
Quaresma, o Santo Padre rezou, da janela de seu escritório na residência apostólica
vaticana, a oração dominical do Angelus com os numerosos peregrinos, fiéis e turistas
presentes na Praça São Pedro.
Durante a alocução que pronunciou antes da oração
mariana, Bento XVI fez um premente apelo pela Terra Santa, onde, nesses dias, a onda
de violência e o terror continuam a ensangüentar o solo e a semear vítimas.
Convidando
todos os fiéis a pedirem com insistência a Deus onipotente o dom da paz para aquela
região, o Santo Padre confiou à misericórdia divina as tantas vítimas inocentes, expressando
sua solidariedade para com as famílias e os feridos: "Encorajo as autoridades israelenses
e palestinas em seu propósito de continuar a construir, mediante as negociações, um
futuro pacífico e justo para seus povos. A todos peço, em nome de Deus, que deixem
os caminhos tortuosos do ódio e da vingança e percorram, com responsabilidade, os
caminhos do diálogo e da confiança".
A seguir, o Bispo de Roma expressou esses
mesmos votos pelo Iraque, enquanto continua a preocupar o destino do arcebispo caldeu
de Mossul, Dom Paulos Faraj Rahho, e de tantos iraquianos, que continuam a respirar
um clima de violência cega e absurda, contrário à vontade de Deus.
Depois do
apelo, o pontífice retomou o itinerário quaresmal, que está para se concluir. De fato,
neste quinto e último domingo da Quaresma, a liturgia é caracterizada pela ressurreição
de Lázaro, como o próprio Papa explicou: "Trata-se do último grande 'sinal' realizado
por Jesus antes que os Sumos Sacerdotes se reunissem com o Sinédrio para decidir sobre
a morte de Jesus e de Lázaro, prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e
da morte".
Na verdade, acrescentou Bento XVI, este trecho evangélico nos mostra
Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. O Evangelista insiste na amizade entre
Jesus e Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria, e ressalta que Jesus os queria muito
bem. Eis o motivo pelo qual Ele quis realizar esse grande prodígio da ressurreição
de Lázaro, encarando a morte como um sono e demonstrando seu poder sobre ela: "Esta
senhoria de Jesus sobre a morte não o impediu de experimentar sincera compaixão pela
dor da separação. Vendo que Marta e Maria e os que estavam presentes choravam pela
morte de Lázaro, Jesus se comoveu profundamente, ficou perturbado e também começou
a chorar".
O coração de Cristo, disse o Papa, é divino e humano; n'Ele Deus
e o homem se completam perfeitamente, sem separação e sem confusão. O homem é a imagem
e a encarnação de Deus, que é amor, misericórdia, ternura paterna e materna; é a imagem
de Deus que é Vida! Eis o motivo pelo qual Ele declarou solenemente a Marta: "Eu sou
a ressurreição e a vida; quem crer em mim, ainda que estiver morto, viverá para sempre!
".
O Santo Padre concluiu: "Sim, Senhor! Nós também acreditamos, malgrado
as nossas dúvidas e as nossas obscuridades. Acreditamos em Vós, porque tendes palavras
de vida eterna. Queremos acreditar em Vós, que nos dais uma esperança confiável de
vida, que vai além da vida: de vida autêntica e plena no vosso Reino de luz e de paz".
Bento
XVI terminou sua alocução dominical convidando os presentes a confiarem esta oração
a Maria Santíssima, a fim de que, com a sua intercessão, possamos fortalecer a nossa
fé e a nossa esperança em Jesus, especialmente nos momentos de maior provação e dificuldade.
Depois
da oração do Angelus, o Santo Padre avisou aos fiéis que na próxima quinta-feira,
13 de março, irá presidir, na parte da tarde, na Basílica Vaticana, a uma Liturgia
penitencial, da qual participarão os jovens da diocese de Roma: "Será um momento forte
de preparação ao XXIII Dia Mundial da Juventude, que celebraremos no Domingo de Ramos
e que culminará, em julho próximo, com o grande encontro mundial em Sydney, na Austrália".
Por
fim, Bento XVI cumprimentou os fiéis em diversas línguas. Em especial, o pontífice
cumprimentou os peregrinos do Haiti, vindos a Roma por ocasião dos 25 anos da visita
que João Paulo II fez ao país. O papa expressou seu desejo de que os haitianos possam
construir um futuro digno do homem e de sua fé cristã.
Eis a sua saudação
em português: "Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente o grupo de
brasileiros presentes em Roma, a todos desejando frutuosa caminhada quaresmal que
vivifique e robusteça sua confiança em Cristo, único Salvador do mundo. Sobre vós
e vossas comunidades de origem e destino, a minha Bênção".
Antes do Angelus,
Bento XVI visitou o Centro Internacional Juvenil São Lourenço, próximo à Praça São
Pedro, onde presidiu a celebração eucarística na igreja romana de São Lourenço em
"Piscibus", por ocasião de seus 25 anos de fundação, inaugurado em 23 de março de
1983 por João Paulo II. (MT/BF)