A fé não nos tira a dor da morte: Bento XVI durante o Angelus com apelos á paz na
Terra Santa e á libertação do Arcebispo de Mossul, no Iraque. O Papa convidou os jovens
de Roma a participarem quinta feira dia 13 numa Liturgia Penitencial que ele próprio
presidirá na Basílica de São Pedro
(9/3/2008) A fé diz-nos que a morte do corpo é um sono do qual Deus nos pode despertar
em qualquer momento, mas a fé não nos tira a dor pela morte dos nossos queridos. Esta
senhoria sobre a morte não impediu que Jesus provasse compaixão sincera pela dor da
separação quando se encontrou diante do sepulcro do seu amigo Lázaro, recordou Bento
XVI falando aos cerca de 40 mil fiéis congregados ao meio dia na Praça de São Pedro
para a recitação do Angelus. Vendo que choravam Marta e Maria, e todos aqueles
que tinham vindo para as consolar – sublinhou o Papa – também Jesus se comoveu profundamente,
se perturbou e , finalmente chorou. Este episodio – explicou o Santo Padre – mostra-nos
Jesus verdadeiro homem e verdadeiro Deus, isto é, revela-nos que o coração de Cristo
é divino - humano; n’Ele, Deus e homem encontraram-se perfeitamente, sem separação
e sem confusão. De facto, para a fé cristã, Jesus é a imagem, ou melhor a incarnação
do Deus que é amor, misericórdia, ternura paterna e materna, do Deus que é vida. Juntamente
com a dor provada por Jesus, o Evangelho descreve um poder absoluto em relação a esta
morte. Depois da recitação do Angelus Bento XVI renovou o seu apelo a favor da
libertação do arcebispo de Mossul, no Iraque, que desde há 10 dia se encontra nas
mãos dos seus raptores. O Papa fez este apelo depois de ter pedido paz para a Terra
Santa. “Nos dias passados, a violência e o horror ensanguentaram de novo a Terra
Santa, alimentando uma espiral de destruição e de morte que parece não ter fim. Enquanto
vos convido a pedir com insistência ao Senhor Omnipotente o dom da paz para aquela
região, desejo confiar á Sua misericórdia as tantas vitimas inocentes e manifestar
solidariedade ás famílias e aos feridos. Além disso encorajo as Autoridades israelitas
e palestinianas n seu propósito de continuar a construir, através da negociação, um
futuro pacifico e justo para os seus povos e a todos peço, em nome de Deus, que deixem
os caminhos tortuosos do ódio e da vingança, e percorram responsavelmente caminhos
de diálogo e de confiança. Estes são também os meus votos para o Iraque, enquanto
trepidamos ainda pela sorte de Sua Excelência D. Rahho e de tantos iraquianos que
continuam a sofrer uma violência cega e absurda, certamente contrária aos desejos
de Deus.
O Papa recordou depois que na próxima quinta feira dia 13 presidirá
na Basílica de São Pedro uma Liturgia penitencial para os jovens da Diocese de Roma.
Será um momento forte de preparação para o XXIII Dia Mundial da Juventude que será
celebrado no Domingo de Ramos e que culminará em Julho próximo com o grande encontro
de Sydney. Bento XVI convidou todos os jovens de Roma a participarem na celebração
de quinta feira próxima, um encontro com a misericórdia de Deus. Aos sacerdotes e
aos responsáveis o Papa recomendou que favoreçam a participação dos jovens fazendo
próprias as palavras do Apóstolo Paulo: “embaixadores de Cristo…suplicamo-vos: reconciliai-vos
com Deus ( 2 Cor 5,20 ).
Não faltou neste Domingo uma saudação em língua portuguesa Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente o grupo de brasileiros presentes
em Roma, a todos desejando frutuosa caminhada quaresmal que vivifique e robusteça
sua confiança em Cristo, único Salvador do mundo. Sobre vós e vossas comunidades de
origem e destino, a minha Bênção.