CELAM PEDE QUE AMÉRICA LATINA PROMOVA SUA VOCAÇÃO À FRATERNIDADE
Bogotá, 08 mar (RV) - O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e os Presidentes
das Conferências Episcopais dos países da América Latina e do Caribe, reunidos em
Bogotá, pediram aos governantes que "renunciem a opções violentas e a expressões verbais
que ferem e dividem", para solucionar a crise diplomática entre Colômbia, Equador,
Venezuela e Nicarágua.
Em uma declaração conjunta, pede-se que os governos
"busquem soluções que favoreçam a paz e a concórdia", para enfrentar "a situação de
angústia e tensão" que vivem esses países.
Em coletiva de imprensa, o presidente
do CELAM, Dom Raymundo Damasceno Assis, explicou que cabe a cada Conferência Episcopal
encontrar canais de diálogo para buscar uma solução pacífica a essa crise diplomática.
Os
presidentes, "animados pelo Espírito Santo a contribuir na construção da paz entre
nossos povos", afirmam em sua declaração: "Constatamos a fraternidade de nossos povos
ao longo de sua história e acompanhamos com preocupação a situação de angústia e tensão
que, por causa dos conhecidos fatos, estão vivendo Colômbia, Equador, Venezuela e
Nicarágua e que originaram a suspensão das relações diplomáticas, a restrição dos
intercâmbios e, por parte dos governantes, um clima de confrontação e de inimizade".
"Todos,
a partir de nossas responsabilidades e funções, devemos colaborar para que esse conflito
não prospere", acrescentam, exortando "todos os cidadãos a elevarem orações para que
o Senhor afaste para sempre de nossos países o flagelo da inimizade e da violência
e consolide nossa vocação de ser um continente unido e fraterno".
Entretanto,
os presidentes de Colômbia, Equador, Venezuela e Nicarágua deram por superada ontem,
na Cúpula do Grupo do Rio, em Santo Domingo, a crise desatada pela incursão militar
colombiana no território equatoriano.
"Com o compromisso de não agredir nunca
mais um país irmão e um pedido de desculpas, podemos dar por superado esse gravíssimo
incidente", disse o presidente equatoriano, Rafael Correa, a seu homólogo colombiano,
Alvaro Uribe, que se levantou e foi até o líder equatoriano para cumprimentá-lo.
Uribe
também cumprimentou os presidentes de Venezuela, Hugo Chávez, e Nicarágua, Daniel
Ortega, sob os aplausos dos cerca de vinte líderes latino-americanos.
O presidente
colombiano prometeu que não realizará outra incursão militar no país vizinho por questões
de segurança e Correa aceitou as desculpas pelo ataque contra seu território. (BF)