Bispos do Equador e da Venezuela pedem fim da crise com a Colômbia
(6/3/2008) A Conferência Episcopal Equatoriana condenou a crise diplomática entre
o Equador e a Colômbia, pedindo às duas nações que abandonem a agressividade e encontrem
um caminho de "diálogo e reconciliação". Os Bispos do país falavam depois da crise
desencadeada com o ataque, no sábado, de forças colombianas à guerrilha das FARC em
território equatoriano. Na operação contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(FARC) morreu o “número dois” da guerrilha, Raul Reyes, e 16 outros rebeldes. O
Equador rompeu relações diplomáticas com a Colômbia devido à invasão do país e enviou
tropas para a fronteira. A Venezuela expulsou o embaixador colombiano, chamou o seu
em Bogotá e anunciou o destacamento de tropas para as fronteiras com o país vizinho
Em comunicado, a Conferência Episcopal Equatoriana "lamenta profundamente o ocorrido
entre as duas nações irmãs, historicamente unidas por vários vínculos", e "manifesta
a sua dor pelas mortes violentas ocorridas na fronteira". O vice-presidente da
Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), D. Roberto Lückert León, confirmou que as
presidências episcopais de Colômbia, Equador e Venezuela estão a estudar a hipótese
de um encontro de bispos das três nações. Ontem, a CEV mostrou-se preocupada com
a hipótese das divergências actuais se transformarem num "conflito bélico" e apelaram
ao Presidente Hugo Chávez para que preserve a paz "interna e externa".
Uma solução diplomática para a crise entre Bogotá e Quito parece estar próxima, depois
de ambas as partes terem chegado ontem a acordo na reunião da Organização de Estados
Americanos (OEA), em Washington. Mas na fronteira com a Venezuela a situação está
longe de acalmar, com Caracas a confirmar que cerca de 90% dos efectivos militares
requisitados pelo Presidente Hugo Chávez já estão no terreno. O objectivo é travar
o "expansionismo" americano.
Na véspera, os 34 representantes da OEA estiveram
reunidos durante mais de dez horas, sem conseguir uma declaração consensual. Ontem,
o acordo foi alcançado rapidamente. Não há uma condenação contra a Colômbia, como
defendia o Equador, mas há o reconhecimento de que Bogotá violou a soberania territorial
equatoriana ao atacar o acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(FARC).