Nova Délhi, 05 mar (RV) – Famílias pobres da Índia receberão um suporte financeiro
para encorajar o crescimento das filhas. O objetivo do governo é diminuir os números
de infanticídio e de aborto, uma prática ilegal no país desde 1994, mas ainda muito
difusa entre as mulheres.
Uma pesquisa publicada em 2006 na revista médica
britânica "Lancet" comprova esse fenômeno na Índia. Segundo o documento, nos últimos
20 anos pelo menos 10 milhões de mulheres não tiveram o nascimento registrado. Na
cultura indiana, o homem é preferido, porque transmite o nome, transforma-se em fonte
de renda e ainda pode cuidar dos pais quando envelhecem. As mulheres, ao contrário,
deixam a família e ainda geram custos no que se refere ao dote do casamento. Em Punjab,
um dos Estados onde mais se registra o fenômeno, a relação de nascimentos é de mil
homens para 793 mulheres.
O apoio do governo serve para amenizar essa realidade
e deve oferecer 3 mil dólares para famílias pobres de sete Estados. O subsídio econômico
vai ser dividido em prestações: a primeira parte, em dinheiro, será dada no momento
do nascimento da filha e as outras até ela completar 18 anos.
Ativistas para
os direitos humanos esperam que, em breve, a medida beneficie não somente os pobres.
(AC/BF)