2008-03-05 16:22:39

Criado Forum católico-muçulmano; a sua primeira iniciativa será um seminário de estudo, em Novembro de 2008 sobre o tema "amor a Deus, amor ao proximo".Os participantes serão recebidos em audiência pelo Papa


(5/3/2008) O Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR), anunciou esta Quarta-feira a criação de um Fórum católico-muçulmano, com o objectivo de promover o diálogo entre os fiéis das duas religiões.
Num comunicado, o CPDIR revela que a primeira iniciativa deste Fórum será a organização de um seminário, de 4 a 6 de Novembro de 2008, sobre o tema “Amor a Deus, amor ao próximo”. 24 representantes de cada parte tomarão lugar na sessão de estudos, durante a qual terá lugar uma audiência com Bento XVI.
O anúncio é o primeiro fruto da ronda de negociações levadas a cabo entre o CPDIR e representantes islâmicos, após a carta aberta “Um mundo comum”, assinada por 138 líderes muçulmanos e enviada, entre outros, a Bento XVI no passado mês de Outubro.
De 4 a 5 de Março, o Vaticano acolheu uma delegação de signatários desta missiva, para um encontro “técnico” que visava preparar a anunciada reunião do próximo mês de Novembro.
Pela parte islâmica, participaram Abdel Hakim Murad Winter, da University of the Muslim Academic Trust, da Grã-Bretanha; Yahya Pallavicini, da comunidade islâmica italiana; Ibrahim Kalin da Seta Foundation, Turquia; os jordanos Sohail Nakhooda, editor-chefe da Islamica Magazine, e Aref Ali Nayed, Director do Royal Islamic Strategic Studies Center.
Pelo CPDIR, participaram o Cardeal Jean-Louis Tauran, presidente; o Arcebispo Pier Luigi Celata, secretário; Pe. Miguel Ayuso, presidente do Instituto Pontifício para os Estudos Árabes e Islâmico; Christian W. Troll, professor da Universidade Pontifícia Gregoriana, e Khaled Akasheh, responsável pelo departamento para o Islão do CPDIR.
Caminhos comuns
Como referido, em Outubro do ano passado, Bento XVI foi um dos destinatários da carta enviada por 138 intelectuais do mundo muçulmano, na qual deixavam um apelo em nome da paz e da compreensão entre o Islão e o Cristianismo. Posteriormente, o Papa recebeu o rei da Arábia Saudita e convidou os dignatários muçulmanos para uma visita ao Vaticano, defendendo o diálogo "fundado no respeito e no conhecimento recíproco".
Em resposta, o Papa manifestou o seu "profundo apreço" por este gesto, pelo espírito positivo que inspirou o texto e pelo apelo a um compromisso comum para a promoção da paz no mundo".
A carta de Bento XVI foi endereçada ao príncipe Ghazi bin Muhammad bin Talal, presidente do Insitututo Aal al-Bayt para o pensamento islâmico (Jordânia) e enviada através do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano.
Nessa missiva, o Papa reafirmou "a importância do diálogo baseado no respeito efectivo pela dignidade da pessoa, no conhecimento objectivo da religião do outro, na partilha da experiência religiosa e no compromisso comum de promover o respeito e a aceitação mútuas".
Na semana passada, teve lugar o X Encontro do Comité para o Diálogo entre a Santa Sé e a Universidade egípcia de Al Azhar, instituição teológica de referência para o mundo islâmico sunita.
No comunicado final, assinado pelo presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, e pelo Sheik Abdel Fattah Mohamed Alaam, reiterava-se o respeito pela pessoa humana, sem distinção de raça, religião ou credo e se auspicia um reforço do respeito pelos símbolos religioso e dos livros sagrados. "Tudo aquilo que os fiéis respeitam merece o respeito por parte dos outros", afirma o documento, dirigindo um convite aos intelectuais para que eduquem as sociedades "a esse tipo de moralidade".
A nota mencionou também a publicação de caricaturas de Maomé: "A liberdade de expressão não justifica o ataque e as ofensas a símbolos religiosos. O nosso Conselho Pontifício está comprometido nesse processo de intercâmbio entre muçulmanos e cristãos, no esforço comum de combater o ódio e o medo", destacou o Cardeal Tauran no evento.








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