2008-03-03 20:45:17

INICIADA VISITA 'AD LIMINA' DOS BISPOS DA GUATEMALA: POBREZA E DEFESA DA VIDA, DESAFIOS DA IGREJA NO PAÍS


Cidade do Vaticano, 03 mar (RV) - Teve início esta manhã, no Vaticano, a qüinqüenal visita 'ad Limina' dos bispos da Guatemala.

Trata-se de país com uma história sofrida: ex-colônia espanhola, independente desde 1839, foi submetido a vários regimes ditatoriais e guerras civis, tendo voltado, em 1985, a um governo civil contestado várias vezes pelos militares, até o acordo de paz de 1996. Dois anos depois, foi assassinado um de seus principais artífices, o bispo auxiliar e vigário-geral da Arquidiocese de Cidade da Guatemala, Dom Juan José Gerardi, grande defensor dos direitos humanos.

Hoje, a Guatemala busca embocar, em meio a muitas dificuldades, o caminho do desenvolvimento democrático e do relançamento econômico. A Rádio Vaticano entrevistou o arcebispo da capital, Cardeal Rodolfo Quezada Torunõ, que foi recebido esta manhã pelo Santo Padre, acompanhado de sete prelados.

O purpurado nos diz quais são, a seu ver, os desafios mais urgentes da Igreja na Guatemala:

Cardeal Rodolfo Quezada Torunõ:- "Parece-me que os mais urgentes são quatro. O primeiro é a pobreza do nosso povo, pois 60% da população guatemalteca encontra-se numa situação de pobreza. O segundo desafio é uma ação incisiva contra as seitas neopentecostais. O terceiro, parece-me, é uma verdadeira inculturação da cultura indígena. Nós temos 22 etnias diferentes na nação. E, por fim, o desafio de tornar-se uma Igreja mais madura, que defenda a vida."

P. Como realizar essa nova evangelização e, no caso da Guatemala, a inculturação do Evangelho? 
Cardeal Rodolfo Quezada Torunõ:- "Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que as etnias presentes em nosso país não são um problema; são, sobretudo, um desafio, porque essa cultura indígena tem verdadeiramente muitos, muitíssimos valores. Devemos reconhecê-los, descobri-los e, sobretudo, valorizá-los, porque essas etnias indígenas sempre foram consideradas de segunda classe."

P. Há uma urgência na luta pela defesa da vida na Guatemala, diante de projetos de lei como a planificação familiar e o aborto. Qual é o panorama legislativo do novo governo do país? 
Cardeal Rodolfo Quezada Torunõ:- "É preciso distinguir entre o Congresso da República e o governo. Esse governo quer fazer algo de novo no âmbito da solidariedade. Assim esperamos! Todavia, no Congresso, muitos deputados foram reeleitos. E tivemos problemas com essas leis ambíguas, que praticamente ajudam o aborto. Esperamos não ter outros problemas. Mas nós bispos somos claros nesse sentido, para defender a vida a qualquer preço. Portanto, creio que nos encontramos no caminho que devemos percorrer." (RL/BF)







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