CRISTÃOS UNEM-SE PARA PEDIR LIBERTAÇÃO DO ARCEBISPO DE MOSSUL
Mossul, 03 mar (RV) - Multiplicam-se os apelos em prol da libertação do arcebispo
de Mossul dos caldeus, Dom Paulos Faraj Rahho, seqüestrado na última sexta-feira.
Em
comunicado, a presidência da União Européia pediu a libertação incondicional do prelado
e convidou as autoridades iraquianas a fazer de tudo para resolver o caso de modo
positivo.
A Caritas Internacional também se manifestou. A secretária-geral
da organização, Anne Knight, pediu a libertação do arcebispo e, mais uma vez, o fim
de toda a violência no Iraque e na região e a libertação de todas as pessoas mantidas
como reféns. "A paz, por meio do diálogo, é o único caminho a ser seguido", disse
Knight.
A comunidade caldéia se expressou com palavras fortes: "A partir da
tragédia iraquiana, do sofrimento de todo um povo, clamamos ao mundo inteiro: chega
de guerra! Chega de seqüestros, de homicídios inocentes. Devemos aprender a conviver
na diversidade, como nos ensinam nossas religiões. A comunidade cristã no Iraque,
apesar dos sofrimentos, não perdeu nem mesmo por um minuto a esperança, a vontade
de dialogar e demonstrar que é possível a amizade entre cristãos e muçulmanos".
Também
os líderes sunitas de Mossul condenaram o seqüestro do prelado, enquanto em Kirkuk
um representante do movimento do líder xiita Moqtada al Sadr fez um apelo em prol
da libertação do prelado e afirmou que tais ações são nocivas ao Iraque.
Enquanto
isso, as negociações com os seqüestradores prosseguem. Segundo fontes locais, o pedido
de resgate é "desmedido" e não foi possível falar com o arcebispo. O bispo de Kirkuk,
Dom Louis Sako, acrescentou que há notícias que não podem ser divulgadas para não
colocar em risco a vida do prelado.
Dom Sako disse ainda que foi à televisão
local, acompanhado de um chefe religioso muçulmano, para lançar um apelo. A polícia
iraquiana formou um grupo especial para investigar o caso. As operações se concentram
em torno do bairro aL-Nour, onde ocorreu o seqüestro. (MJ/BF)