CARITAS E IGREJA NO QUÊNIA SATISFEITAS COM NOVO ACORDO POLÍTICO
Nairóbi, 1º mar (RV) - A assinatura, na quinta-feira, do acordo entre o presidente
do Quênia, Mwai Kibaki, e o líder da oposição, Raila Odinga, provocou satisfação na
comunidade cristã do país.
Em comunicado conjunto, a Conferência Episcopal
e a Caritas do Quênia afirmam que "o acordo nos dá a esperança e uma real oportunidade
para refletir e construir o Quênia que queremos, construir inclusive um governo que
inclua a diversidade do nosso país". Os prelados e a Caritas fazem um apelo aos
líderes políticos, para que trabalhem com todas as organizações religiosas e civis,
de modo que a paz e a reconciliação possam se restabelecer. "Nosso país está traumatizado
com aquilo que viu e agora devemos trabalhar para reconciliar a nação", acrescentam.
Já
o secretário-geral do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Quênia, o anglicano
Peter Karanja, definiu o acordo uma "etapa importante" para pôr fim a dois meses de
crise política. "Trata-se de um bom sinal e é a base para buscar uma solução aos verdadeiros
problemas", disse.
O acordo prevê a divisão dos poderes: Kibaki permanecerá
presidente, enquanto Odinga se tornará primeiro-ministro. Após o anúncio da coalizão,
houve inúmeras manifestações de aprovação em várias cidades quenianas, sobretudo quando
Kibaki e Odinga cumprimentaram-se diante do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
mediador do conflito.
A crise queniana foi gerada após as últimas eleições,
em dezembro, nas quais Kibaki foi declarado vencedor, mas a oposição denunciou fraudes
e se negou a reconhecer Kibaki como chefe de Estado.
A onda de violência política,
que começou em Nairóbi e se estendeu por todo o país, já matou 1.500 pessoas e deslocou
mais de 400 mil de seus locais de origem, segundo dados oficiais. (BF)