Bento XVI convidou os universitários da Europa e das Américas "a serem discípulos
e testemunhas do Evangelho...a serem construtores de paz e de unidade".
Numerosos universitários participaram na tarde deste sábado numa vigília de oração
em honra de Nossa Senhora. A Sala Paulo VI foi o ponto de encontro, desta vigília
mariana dos universitários com o Papa. Nesta oração vespertina “participaram, em ligação
radiotelevisiva, também estudantes de outros países da Europa e da América”. Foi
invocada a intercessão de Maria Sede de Sabedoria, para que a esperança cristã sustente
a construção da civilização do amor nestes Continentes e no mundo inteiro”.
-E na saudação que dirigiu aos universitários no final da recitação do terço do Rosário
Bento XVI salientou que foi feliz a ideia de evidenciar de vez em vez a relação entre
a Europa e um outro continente numa perspectiva de esperança. Há dois anos Europa
e África; o ano passado Europa e Ásia; este ano Europa e América “ O cristianismo
constitui um laço forte e profundo entre o chamado velho continente e o que é chamado
“novo mundo”. “Basta pensar no lugar fundamental que ocupam a Sagrada Escritura
e a Liturgia cristã na cultura e na arte dos povos europeus e americanos. Porém, infelizmente
,a chamada “civilização ocidental” em parte traiu a sua inspiração evangélica. Impõe-se
portanto uma honesta e sincera reflexão, um exame de consciência. É necessário discernir
entre aquilo que constrói a civilização do amor, segundo o desígnio de Deus revelado
em Jesus Cristo, e aquilo que, ao contrário a ela se opõe”. Bento XVI dirigiu-se
depois aos jovens, recordando-lhes que na história da Europa e das Américas, foram
sempre portadores de impulsos evangélicos . E citou nestes contexto Bento de Níusia
, São Francisco de Assis e o beato Karl Leisner, na Europa; como Martinho de Porres,
Santa Rosa de Lima e a beata Kateri Tekakwitha, na América. Jovens construtores da
civilização do amor! “Hoje, vós jovens europeus e americanos, Deus chama-vos a
cooperar, juntamente com os vossos coetâneos do mundo inteiro, para que a seiva do
Evangelho renove a civilização destes dois continentes e da humanidade inteira”. As
grandes cidades europeias e americanas - salientou depois o Papa – são cada vez mais
cosmopolitas, mas muitas vezes falta nelas esta seiva, capaz de fazer com que as diferenças
não sejam motivo de divisão ou de conflito, mas sim de enriquecimento recíproco.
A “civilização do amor” é “convivialidade “, isto é, convivência respeitosa, pacifica
e alegre das diferenças em nome de um projecto comum que o beato Papa João XXIII fundava
nos quatro pilares do amor, da verdade, da liberdade e da justiça. A concluir,
Bento XVI dirigiu aos universitários o convite a serem discípulos e testemunhas do
Evangelho, porque o Evangelho é a boa semente do Reino de Deus, isto é da civilização
do amor! Sede construtores de paz e de unidade!” O Papa saudou depois em várias
linguas os universitarios em ligação radiotelevisiva. Esta a sua saudação em português:
Amados jovens,
reunidos em Aparecida: ainda está viva no meu coração a lembrança da Viagem Pastoral
que realizei no Brasil, especialmente no Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Peço à Virgem Mãe que obtenha para todos vocês a graça de ser sempre testemunhas de
esperança! A cada um dos universitários que participou neste sábado na vigília
mariana com o Papa foi entregue o texto da Encíclica Spe Salvi num CD em 5 línguas
. Durante esta vigília de oração, a ligação via satélite uniu, com a Cidade do
Vaticano, Avignon (França), Bucareste (Roménia), Minsk (Bielorrússia), Nápoles (Itália),
Toledo (Espanha), Cidade do México, Aparecida (Brasil), La Havana (Cuba), Loja (Equador)
e Washington (Estados Unidos da América).