Igrejas pedem á UE uma abordagem mais ampla, numa perspectiva de valores, ás politicas
de emprego
(29/2/2008) A “flexissegurança” levou representantes e peritos das Igrejas cristãs
da Europa a Bruxelas para um encontro com os Comissários europeus Ján Figel e Vladimír
Špidla. Num debate em torno da “modernização das políticas europeias de emprego”,
as Igrejas defenderam uma abordagem “mais ampla”, “numa perspectiva de valores”. A
iniciativa foi promovido pela Conferência das Igrejas Europeias (KEK) e pelo Secretariado
da Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE). As Igrejas na Europa estão
preocupadas com o aumento da segmentação do mercado de trabalho, com a precariedade
dos empregos e a marginalização de trabalhadores como os desempregados de longo termo,
os profissionais pouco qualificados e os imigrantes. Špidla, Comissário do Emprego,
dos Assuntos Sociais e da Igualdade de Oportunidades, louvou as potencialidades da
flexissegurança na protecção de trabalhadores e na promoção de igualdade entre homens
e mulheres, “fortalecendo a vida familiar e combatendo a pobreza”. Stefan Lunte,
da COMECE, apelou a uma avaliação feita com base “no grau de progresso feito pelos
participantes mais fracos no mercado de trabalho”. Rüdiger Noll, director da Comissão
Igreja e Sociedade da KEK, destacou que as políticas de emprego propostas pela UE
implicam um alto grau de confiança recíproca, pelo que é necessário “envolver todos
os grupos na sociedade”. Já o Comissário da Educação, Formação, Cultura e Juventude,
Ján Figel, sublinhou que a educação pode contribuir para tornar a flexissegurança
uma “iniciativa de sucesso” em todos os países e regiões da UE. D. Ludwig Schwarz,
Bispo de Linz, lançou um apelo em favor da protecção do Domingo como parte da “herança
cultural da Europa”, destacando a importância do tempo livre nas relações humanas.
No final deste seminário de debate, conclui-se que há ainda um “longo caminho
a percorrer” até traduzir valores comuns em políticas concertadas, na área do emprego.
“A dignidade do ser humano e a protecção dos mais vulneráveis no mercado de trabalho
devem ser o ponto de partida para as medidas de implementação” da flexissegurança,
refere um comunicado da COMECE.