2008-02-27 15:27:56

CARDEAL BERTONE DEFINE COMO "INACEITÁVEL" EMBARGO CONTRA CUBA


Havana, 26 fev (RV) - O cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, encerra nesta terça-feira sua visita a Cuba. A visita do purpurado se insere no âmbito das celebrações pelos dez anos da histórica viagem apostólica de João Paulo II à ilha caribenha. Antes de seu retorno a Roma, ainda hoje o Cardeal Bertone se encontrará com o novo presidente cubano, Raúl Castro.

Entre suas atividades de ontem, destacamos a conferência na prestigiosa Universidade de Havana e o encontro com os jornalistas. O Cardeal Bertone definiu como "inaceitável" o embargo contra Cuba e saudou positivamente a recente libertação de detentos.

"A cultura é mais que uma simples vontade individual de adquirir novos conhecimentos. Tem uma fundamental dimensão histórica e comunitária": com essas palavras, o purpurado iniciou sua conferência na Universidade de Havana, fundada em 1728.

Desenvolvendo o tema da "cultura e os fundamentos éticos do viver humano", o cardeal referiu-se a palavras proferidas por João Paulo II dez anos atrás, na mesma Universidade, e reiterou que "a Igreja Católica não se identifica com nenhuma cultura em particular, mas se faz próxima a todas com espírito aberto".

"A Igreja não pretende impor sua visão das coisas a todos os homens, como se tivesse o monopólio do discernimento moral. Mas não pode, todavia, renunciar ao profundo conhecimento que tem, do homem e da sociedade" _ explicou.

No que concerne à contribuição dos cristãos para a construção da sociedade, o Cardeal Bertone recordou uma proposta feita pelo Cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI: "A tentativa, levada ao extremo, de plasmar aquilo que é humano, descartando completamente Deus, nos leva sempre mais, à beira do abismo, rumo à marginalização total do homem. Devemos, então, inverter o axioma dos iluministas e dizer que também quem não consegue encontrar o caminho da aceitação de Deus deveria, mesmo assim, buscar viver e endereçar a sua vida como se Deus existisse."

Durante a coletiva de imprensa, após um encontro com o ministro do Exterior, Felipe Pérez Roque, o purpurado precisou: "Creio que o novo presidente Raúl, o novo Conselho de Estado e a própria Igreja Católica estão tentando captar as aspirações do povo cubano e responder a elas de todos os modos possíveis, considerando as dificuldades, sobretudo por causa do embargo econômico" que _ repetindo o que já fora afirmado por João Paulo II _ considerou como "inaceitável, danoso para o povo cubano e carente de ética".

Respondendo às perguntas dos jornalistas, o Cardeal Bertone ressaltou "não ter pedido nenhuma anistia, mas gestos de reconciliação", e acrescentou que a Igreja saúda como "gesto positivo" a libertação de prisioneiros, como tem ocorrido nos últimos tempos. (RL/AF)







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