DESAFIOS PASTORAIS SÃO PONTO CRUCIAL DA VISITA "AD LIMINA" DOS BISPOS SALVADORENHOS
Cidade do Vaticano, 26 fev (RV) – o Episcopado salvadorenho iniciou nesta segunda-feira,
no Vaticano, sua visita "ad Limina", que se prolongará até o próximo sábado. O ponto
central da agenda da visita são os desafios pastorais para a Igreja em El Salvador.
O
pequeno Estado centro-americano _ com uma população que conta 80% de católicos _ vive,
do ponto de vista pastoral, os efeitos do "pós-Aparecida". Seguindo as diretrizes
da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada de 13
a 31 de maio de 2007, em Aparecida, SP, os prelados salvadorenhos adotaram uma série
de iniciativas que buscam responder às necessidades da família e, em particular, afrontar
duas questões difíceis: a difusão dos bandos juvenis e a exploração das mineiras produtoras
de minérios preciosos, pois a exploração, tal como é feita, é definida pelos bispos
como "inaceitável".
A Rádio Vaticano entrevistou o arcebispo de San Salvador,
Dom Fernando Sáenz Lacalle, presidente da Conferência Episcopal Salvadorenha. Ele
parte do problema da emigração...
Dom Fernando Sáenz Lacalle:- "A população,
graças a Deus, está crescendo, apesar da forte emigração para os EUA. Todavia, temos
também uma forte migração interna. Estamos analisando seriamente o problema de como
prestar assistência pastoral a essa parte da população, o que implica a necessidade
de criar novas paróquias. Este é o problema dos bispos nas áreas onde se está verificando
esse crescimento demográfico. Graças a Deus, temos muitas vocações e sacerdotes jovens
e cremos formá-los bem. Portanto, não precisamos buscar ajudas externas."
P.
Mais de dois milhões e meio de salvadorenhos emigraram para os EUA. São eles que,
em prática, sustentam a economia salvadorenha com o envio de dólares para o país.
Sem dúvida, tal fenômeno representa um problema social que atinge, sobretudo, a família.
O que a Igreja tem feito nesse sentido?
Dom Fernando
Sáenz Lacalle:- "A família salvadorenha é uma família ampliada: compreende avós,
tios e outros. Uma conseqüência negativa da emigração é que os envios feitos em dinheiro,
provenientes do exterior, são destinados aos bens de consumo e não investidos em algo
produtivo. A situação mais preocupante diz respeito aos emigrantes clandestinos, que
não podem retornar a seu país, mas somente enviar dinheiro, sem, portanto, poder rever
seus filhos, que são educados pelos avós. Uma ação muito concreta da Igreja é buscar
manter os contatos com os emigrantes. Muitos bispos de El Salvador aceitam de bom
grado visitar as comunidades salvadorenhas no exterior, mas há também muitos sacerdotes
que são colocados a serviço dessas comunidades. Além disso, estamos enviando seminaristas
a um Seminário no México, fundado pelo cardeal-arcebispo de Cidade do México, Norberto
Rivera Carrera, para preparar sacerdotes que desempenharão seu ministério entre os
imigrantes presentes na América do Norte. (RL/AF)