MUÇULMANOS CONTRÁRIOS À CONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA IGREJA CATÓLICA DE CATAR
Doha, 18 fev (RV) - A primeira igreja católica de Catar será inaugurada no
dia 14 de março. A igreja, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, será um lugar de encontro
para a comunidade católica, que acolherá cerca de 100 mil fiéis que vivem num país
muçulmano, de quase 800 mil habitantes. A grande maioria dos católicos é formada por
imigrantes provenientes do sudeste asiático e do ocidente.
O futuro pároco
da igreja, Pe. Tomasito Veneracion, disse que o templo cristão "será um simples lugar
de oração para os fiéis, sem objetivos de proselitismo nem símbolos evidentes". A
cerimônia de inauguração será presidida pelo prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos, Cardeal Ivan Dias, e pelo vigário apostólico da Arábia Saudita, Dom Paul
Hinder, e o pároco, Pe. Tomasito.
Mas a construção da igreja está causando
polêmicas na opinião pública muçulmana. Alguns intelectuais muçulmanos acham repugnante
essa abertura à Igreja católica, e defendem a idéia de um referendo popular.
No
jornal jordaniano Al-Arab, foi publicado hoje que "a cruz não deve ser levantada no
céu de Catar nem os sinos devem soar". O ex-primeiro ministro da Justiça, Najib al-Nuaimi,
enfatizou que Catar é um país muçulmano, e não secular. Ele acredita que um referendo
popular seja a única maneira para garantir que a igreja seja socialmente aceita.
Há
também vozes conciliantes, como a do ex-diretor da faculdade de Lei Islâmica na Universidade
de Catar, Abdul Hamid al-Ansari. Ele publicou artigos em vários jornais de Catar,
dando as boas-vindas à Igreja católica na capital Doha. "Os lugares de culto são direitos
humanos fundamentas defendidos pelo Islã", declarou.
No mesmo terreno onde
está sendo finalizada a construção da primeira igreja católica de Catar, está sendo
projetada a construção de outras cinco igrejas, entre elas a anglicana, a copta e
a greco-ortodoxa. (MJ/BF)