2008-02-18 12:25:06

NÚNCIO NA SÉRVIA TEME DESESTABILIZAÇÃO DA REGIÃO


Belgrado, 18 fev (RV) - O núncio apostólico na Sérvia, Dom Eugenio Sbarbaro, expressou a esperança de que o país balcânico não se desestabilize e se transforme em um novo Oriente Médio.

Indagado sobre possíveis desordens na região, o arcebispo Eugenio Sbarbaro explicou: "Estamos em meio a uma situação muito difícil e não sabemos o que acontecerá. A grande maioria do povo está descontente e teme que a situação se degenere, como no Oriente Médio; espero que não, mas as premissas existem".

A Sérvia continua se opondo com força à secessão de Kosovo, considerado o berço de sua existência como Estado e de sua religião. Segundo um censo de 2002, 85% população da Sérvia, excluindo Kosovo, é ortodoxa, 5,5% católica e 3,2% muçulmana. Em Kosovo, a população é constituída por 90% de muçulmanos albaneses, 6% de ortodoxos sérvios e 4% de católicos albaneses.

No momento em que as tensões políticas e religiosas aumentam na região, o arcebispo Sbarbaro disse que "não se pode separar temas políticos e religiosos. Emocionalmente, as tradições históricas são muito relevantes".

A Igreja ortodoxa sérvia deixou clara sua posição sobre a independência de Kosovo em maio passado, na Assembléia dos bispos em Belgrado: "A ab-rogação dos antigos direitos internacionalmente reconhecidos e confirmados de uma das nações cristãs da Europa significaria calcar a justiça divina e humana, e criaria um precedente de injustas conseqüências, não só nos Bálcãs e na Europa, mas no mundo inteiro".

Sobre o aspecto religioso das atuais tensões, o arcebispo Sbarbaro declarou que "ecumenicamente é uma situação muito delicada, porque a Igreja ortodoxa sérvia pensa que privá-la de Kosovo é como tirar o Vaticano dos católicos. Portanto, ecumenicamente falando, é um tema muito delicado e deve ser tratado como tal".

Bento XVI recebeu em audiência o presidente de Kosovo, Fatmir Sejdiu, em 2 de fevereiro. Após o encontro, o Vaticano declarou, em um comunicado, que o Santo Padre expressou sua proximidade a toda a população daquela terra, onde a cristandade esteve presente desde os primeiros séculos de nossa era.

No discurso ao corpo diplomático, em 7 de janeiro de 2008, Bento XVI pediu garantias para a "segurança e o respeito dos direitos dos habitantes da região, para que se afaste definitivamente a ameaça de conflitos violentos e se reforce a estabilidade européia". (CM/BF)







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