Muitas tribulações antes de chegar ao Reino de Deus: Bento XVI antes da recitação
do Angelus. O Papa pede orações pelo Líbano, um país que precisa de um novo Presidente
que seja tal para todos os libaneses.
(17/2/2008) É necessário passar através de muitas tribulações para chegar ao Reino
de Deus. Esta a mensagem que Bento XVI quis deixar neste Domingo aos cerca de 40 mil
fiéis congregados na Praça de São Pedro para a recitação do Angelus do meio dia. “Para
entrar na vida eterna é necessário escutar Jesus, segui-Lo no caminho da Cruz, levando
no coração, como Ele, a esperança na ressurreição.” O Papa que neste sábado concluiu
os exercícios espirituais, juntamente com a Cúria Romana, na sua reflexão ligou dois
episódios do Evangelho: a tentação de Jesus no deserto e a transfiguração que a
liturgia da Palavra deste II Domingo da Quaresma nos propõe hoje. “A luta de Jesus
com o tentador, é o preludio do grande duelo final da Paixão, enquanto a luz do seu
Corpo transfigurado antecipa a gloria da Ressurreição, e a transfiguração é antecipação
da ressurreição, mas esta pressupõe a morte. Jesus manifesta aos Apóstolos a sua gloria,
para que tenham a força de enfrentar o escândalo da cruz. Tudo isto é testemunhado
pela veste branca do Baptismo:”quem renasce no Baptismo é revestido de luz antecipando
a existência celeste que o Apocalipse representa com o símbolo das vestes cândidas; assim
como a Virgem Maria é a criatura humana transfigurada interiormente pela graça de
Cristo, á qual o Papa exorta a entregar-se para percorrer com fé e generosidade o
itinerário da Quaresma. Da janela dos seus aposentos no Palácio Apostólico Bento
XVI quis agradecer a todos aqueles que rezaram por ele e pelos seus colaboradores
durante os exercícios espirituais desta semana: “que Deus os recompense por esta
generosidade” Depois da recitação do Angelus o Papa manifestou
a sua preocupação pelas persistentes manifestações de tensão no Líbano, um país que
desde há quase três meses não consegue eleger o Chefe de estado. “Os esforços
no sentido de superar a crise, e o apoio oferecido por numerosos expoentes de relevo
da Comunidade internacional, embora não tenham atingido um resultado – salientou Bento
XVI – mostram a intenção de encontrar um Presidente que seja tal para todos os libaneses
e assim lançar as bases para superar as divisões existentes. Infelizmente – acrescentou
o Papa – não faltam também motivos de preocupação, sobretudo por causa de uma insólita
violência verbal ou até mesmo daqueles que colocam a sua confiança na força das armas
e na eliminação física dos adversários. Juntamente com o Patriarca maronita
e todos os Bispos libaneses, peço-vos para vos unirdes á minha súplica a Nossa Senhora
do Líbano, para que encoraje os cidadãos daquela querida nação, e em particular os
políticos, a trabalhar com tenacidade a favor da reconciliação, de um diálogo verdadeiramente
sincero, da convivência pacifica e do bem de uma Pátria profundamente sentida como
comum.