2008-02-14 12:01:26

Papa autoriza início antecipado do processo de beatificação da Irmã Lúcia. O Bispo de Leiria Fatima congratulou-se com esta decisão.


(15/2/2008) O anúncio oficial foi feito nesta Quinta-feira, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, pelo Cardeal José Saraiva Martins. Na Eucaristia a que presidiu no terceiro aniversário da morte da vidente de Fátima, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos revelou que o Papa (citamos), “tendo em conta numerosos pedidos vindos de todo o mundo, dignou-se benevolamente conceder a dispensa de dois anos que foi pedida por D. Albino Mamede Cleto, Bispo de Coimbra, permitindo assim que a causa de beatificação e canonização da Irmã Lúcia, depositária das aparições de Fátima, possa começar quanto antes”.
Uma salva de palmas da assembleia sublinhou este anúncio, aguardado com grande expectativa. D. José Saraiva Martins considerou uma “grande honra” anunciar este facto “deveras importante, relativo ao processo de beatificação e canonização da Irmã Lúcia dos Santos, Carmelita, conhecida em todo o mundo por ser a mais velha dos Videntes de Fátima”.
O Decreto da Congregação para as Causas dos Santos que permite ao Bispo de Coimbra dar início “de imediato” ao processo, datado de 3 de Fevereiro, revela que a decisão foi tomada após uma audiência particular com o Papa, a 17 de Dezembro passado. As normas canónicas actualmente em vigor exigem um período de espera de cinco anos após a morte, que fica assim reduzido em dois anos, para o caso de Lúcia. Uma situação semelhante apenas acontecera, no passado recente, com os processos de Madre Teresa de Calcutá e do Papa João Paulo II.
É aos bispos diocesanos que compete investigar sobre a vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio, milagres aduzidos, e ainda, se for o caso, do culto antigo do Servo de Deus, cuja canonização se pede. Este levantamento de informações é enviado à Santa Sé. Se o exame dos documentos é positivo, o “servo de Deus” é proclamado “venerável”. A segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do “venerável”. Se um deste milagres é considerado autêntico, o “venerável” é considerado “beato”. Quando após a beatificação se verifica um outro milagre devidamente reconhecido, então o beato é proclamado “santo”.
Em conversa com os jornalistas presentes no Carmelo, D. José Saraiva Martins repetiu a sua convicção pessoal de que a Irmã Lúcia era “uma Santa”. Quanto ao milagre necessário para o bom andamento da Causa, o Cardeal português admite que “ainda não chegou a Roma nenhum caso”, mas mostrou-se convencido de que o mesmo acontecerá, porque estamos na presença “de alguém que vivia no mundo de Deus, no mundo da santidade”.
Na celebração do Carmelo de Fátima, completamente lotado, o Cardeal Saraiva Martins começou por afirmar que a Irmã Lúcia foi a “grande protagonista dos acontecimentos da Cova da Iria” e convidou, na homilia, a “levantar o nosso olhar para o Céu”, nesta “ocasião muito significativa”, para combater a “amnésia da eternidade” que afecta a sociedade do nosso tempo. O Cardeal português associou o convite à oração e à penitência feitos em Fátima à celebração do tempo quaresmal, que se vive agora na Igreja, contra a “mobilidade e o consumismo” e a “perda dos valores absolutos”.
D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, manifestamente feliz com esta novidade, revelou à Agência ECCLESIA que o "primeiro passo" ultrapassou as suas expectativas, dado que além da dispensa, o Cardeal Saraiva Martins trouxe consigo o decreto de abertura do processo. Agora, o prelado tem em mãos decisões processuais, como a "escolha do postulador", sempre em consonância com as Irmãs do Carmelo. Para D. Albino este dia "ficará para sempre" e consagra a relação de Lúcia com a cidade de Coimbra, convidando os conimbricenses a "acompanharem os passos através dos quais vamos pedir a Deus a bênção para este caminho".
Também o bispo de Leiria Fátima D. Antonio Marto se congratulou com esta decisão do Santo Padre: Este o depoimento que concedeu à Rádio Vaticano. RealAudioMP3







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