2008-02-11 18:37:30

SÍNODO DA IGREJA ANGLICANA APÓIA POSIÇÃO DO PRIMAZ SOBRE A XARIÁ


Londres, 11 fev (RV) - O Sínodo Geral da Igreja Anglicana apoiou por unanimidade, nesta segunda-feira, a posição do primaz, Dr. Rowan Williams, arcebispo anglicano de Cantuária, que defendeu nos dias passados, a necessidade de que a Grã-Bretanha adote algumas partes da xariá (a lei islâmica) a fim de promover a integração dos muçulmanos no país.

O bispo anglicano de Litchfield, Rev. Jonathan Gledhill, disse que as declarações do Dr. Williams, na última quinta-feira, à BBC, de Londres, teriam sido "mal-interpretadas". "É óbvio que o arcebispo está tentando colocar em debate um tema importante, e não decidir sobre a questão" _ argumentou Gledhill.

O Dr. Rowan Williams afirmou que a adoção de "certos aspectos" da lei islâmica no país era "inevitável", e exortou as pessoas a considerarem a xariá com "abertura de espírito".

Se fosse feito o que sugeriu o primaz anglicano, os muçulmanos poderiam escolher, por exemplo, entre um tribunal islâmico ou um tribunal civil, para resolver certas questões, como os divórcios.

O premier britânico, Gordon Brown, elogiou o Dr. Williams e disse que o arcebispo de Cantuária "é um homem de grande integridade".

O primaz da Igreja Anglicana deverá fazer um pronunciamento nesta segunda-feira, perante os membros do Sínodo, para explicar suas afirmações, que desencadearam forte polêmica em todo o país.

Por sua vez, o primaz católico da Inglaterra e Gales, Cardeal Cormac Murphy O'Connor, pronunciou-se contrário à adoção da xariá para os muçulmanos residentes no Reino Unido: "Não acredito no multiculturalismo. Quando as pessoas chegam aqui, devem obedecer às leis deste país" _ disse o cardeal ao jornal "The Sunday Telegraph".

A lei muçulmana _ xariá _ é legal na Grã-Bretanha e serve para que os códigos islâmicos possam ser reconhecidos no país, mas tem enfrentado controvérsias no Ocidente, por sua natureza extrema e por algumas de suas penas, como o apedrejamento de mulheres ou o espancamento com chicotes, nos casos de adultério. (AF)








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