2008-02-07 11:45:00

Bispos australianos favoráveis ao mea-culpa do governo relativamente aos aborígenes


Os bispos da Austrália aprovaram a intenção do governo federal de pedir desculpas formais às "gerações roubadas" dos povos aborígenes, vítimas até há poucas décadas atrás da política de assimilação forçada.

O novo primeiro ministro australiano, Kevin Rudd, anunciou que a questão estará entre os primeiros pontos da agenda na abertura do Parlamento, a 13 de Fevereiro.
O presidente da Comissão episcopal para os indígenas, Dom Barry James Hickey, arcebispo de Perth, comentou: "Essa decisão representa um grande alívio para a maior parte dos australianos, aguardada há anos. Sobre essa questão, o povo australiano foi muito mais previdente dos que seus líderes políticos. O governo federal deveria expressar pesar pelos terríveis actos cometidos contra muitas comunidades, apesar de não ter sido o único responsável".

Entre 1910 e 1972, milhares de crianças aborígines foram tiradas à força de suas famílias e confiadas a institutos estatais e religiosos. Na base desta política, havia a crença da superioridade da raça branca.
As Igrejas australianas nesses anos reconheceram a sua quota-parte de responsabilidade, averiguada alguns anos atrás por uma Comissão de investigação. Já o governo australiano foi mais reticente, até a chegada ao poder do novo primeiro-ministro Rudd.

Alguns políticos temem que as desculpas oficiais possam levar ao pedido de ressarcimento por parte das vítimas. Considerações que, segundo Dom Hickey, deveriam ter um peso menor em relação ao dever moral da sociedade australiana de fazer as contas com o próprio passado e ajudar as vítimas a reconstruir suas vidas.








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