PAPA PRESIDE, NESTA QUARTA-FEIRA DE CINZAS, CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA COM RITO DA BÊNÇÃO
E IMPOSIÇÃO DAS CINZAS
Cidade do Vaticano, 05 fev (RV) - Amanhã, dia de início da Quaresma, Bento
XVI presidirá, às 16h30 locais, uma procissão penitencial _ por ocasião da Quarta-feira
de Cinzas _ da igreja de Santo Anselmo à Basílica romana de Santa Sabina, no Aventino.
Ali, o Santo Padre celebrará a missa com o rito da bênção e imposição das cinzas.
Na vigília da Quaresma _ momento forte de conversão do coração para todo cristão _
repercorramos algumas meditações de Bento XVI sobre o tempo quaresmal:
Um tempo
privilegiado da "peregrinação interior Àquele que é a fonte da misericórdia". Em sua
primeira Mensagem para a Quaresma, em 2006, Bento XVI descreve o período quaresmal
como "uma peregrinação" na qual o próprio Jesus "nos acompanha mediante o deserto
da nossa pobreza, sustentando-nos no caminho rumo à intensa alegria da Páscoa". A
Quaresma _ reitera na audiência geral da Quarta-feira de Cinzas do ano passado _ é
a "estação espiritual propícia para preparar-se com maior tenacidade para procurar
Deus, abrindo o coração a Cristo".
Palavras acompanhadas de uma reflexão sobre
o verdadeiro significado da conversão cristã:
"Converter-se não é um esforço
para se auto-realizar, porque o ser humano não é arquiteto do próprio destino eterno.
Não fomos nós que fizemos nós mesmos. Por isso, a auto-realização é uma contradição
e é também muito pouco para nós. Temos uma destinação mais alta (...) Conversão consiste
em aceitar livremente e com amor depender totalmente de Deus, o nosso verdadeiro Criador,
depender do amor. Isso não é dependência, mas liberdade."
Na Mensagem para
a Quaresma do ano passado, temos o convite do papa aos fiéis "a ficarem com Maria
e João _ o discípulo predileto _ junto Àquele que na Cruz realiza para toda a humanidade
o sacrifício de Sua vida". Nesse tempo de penitência e de oração _ exorta o papa _
é preciso voltar o olhar para Cristo crucificado que, morrendo no Calvário, nos revelou
plenamente o amor de Deus. Eis como o pontífice ressalta a profundidade desse olhar,
no Angelus de 25 de fevereiro de 2007, primeiro domingo da Quaresma:
"Olhando
para Cristo, sentimo-nos ao mesmo tempo olhados por Ele. Aquele que nós mesmos traspassamos
com as nossas culpas não se cansa de derramar sobre o mundo uma torrente inesgotável
de amor misericordioso."
Portanto, a conversão do coração a Deus é "a dimensão
fundamental do tempo quaresmal". Bento XVI o reitera na Mensagem para a Quaresma deste
ano, na qual ressalta que a caridade evangélica "não é simples filantropia". A esmola
_ como a oração e o jejum _ deve tender a uma purificação interior. Assim se expressou
o pontífice no dia 21 de fevereiro do ano passado, na missa de Quarta-feira de Cinzas:
"O
jejum ao qual a Igreja nos convida neste tempo forte não nasce certamente de motivações
de ordem física, estética, mas nasce da exigência que o homem tem de uma purificação
interior que o desintoxique da poluição do pecado e do mal; eduque-o àquelas renúncias
salutares que liberta o fiel da escravidão do próprio eu; torne-o mais atento e disponível
à escuta de Deus e ao serviço aos irmãos." (RL)