GOVERNO ANGOLANO PROÍBE FUNCIONAMENTO DA "IGREJA MANÁ"
Luanda, 31 jan (RV) - A Igreja Maná, que conta centenas de milhares de fiéis
em Angola, viu suas atividades proibidas no país, por "violação da lei e da ordem
pública". A decisão foi atuada a partir de um decreto-lei do Executivo.
A "Igreja
Maná", de origem portuguesa e instituída em 1984, em Lisboa, pelo autodenominado "Apóstolo
Jorge Tadeu", deixou de ter sua existência reconhecida pelo governo angolano, apesar
de contar cerca de 600 mil fiéis e mais de 500 casas e templos.
A decisão de
revogar o reconhecimento oficial a essa Igreja foi tomada depois do encerramento de
um processo instaurado pelo Ministério da Justiça, no curso do qual foram detectadas
"sistemáticas violações" da lei angolana e da ordem pública.
Em maio do ano
passado, eclodiu uma das principais polêmicas em que a "Igreja Maná" se viu envolvida:
o bispo José Luís Gambôa foi suspenso, por alegado desvio de fundos que teriam sido
doados pela petrolífera Sonangol, com o objetivo de construir uma escola. O bispo
confirmou que a soma fora, efetivamente, transferida da conta da Igreja para sua conta
pessoal, alegando que o fizera para evitar que o dinheiro fosse enviado para Portugal.
"A soma foi arrecadada aqui em Angola, e aqui deve ser gasta" _ argumentou.
A
"Igreja Maná" está implantada em Angola nas províncias de Benguela, Huila, Huambo,
Namibe, Moxico, Malange, Lunda-Sul, Cabinda, Bengo, Cunene e Luanda. No mundo, a Igreja
está presente em 20 países, uma dezena deles africanos, e tem como objetivo levar
a palavra de Cristo a todos os povos de língua portuguesa. (AF)