PAPA NO ANGELUS: MENSAGEM DE JESUS É PRESENÇA DO REINO DE DEUS ENTRE NÓS
Cidade do Vaticano, 27 jan (RV) – Bento XVI assomou à janela de seus aposentos,
ao meio-dia, como faz habitualmente todos os domingos, para rezar, com os fiéis, peregrinos
e turistas reunidos na Praça São Pedro, a oração mariana do Angelus.
Antes,
porém, fez uma breve reflexão, dedicada à liturgia deste 3º domingo do Tempo Comum,
dia em que, como disse o pontífice, o evangelista Mateus nos apresenta o início da
missão pública de Cristo.
Jesus começou sua pregação na Galiléia _ disse o
papa _ região onde cresceu, território periférico, em relação ao centro da nação judaica,
que é a Judéia, onde se encontra Jerusalém. Aquela terra, segundo a Bíblia, teria
um futuro glorioso e teria visto uma grande luz: a luz de Cristo e a luz do seu Evangelho.
A propósito do termo Evangelho, Bento XVI explicou: "O termo "evangelho",
no tempo de Jesus, era utilizado pelos imperadores romanos, para proclamar seus decretos.
Independentemente de seu conteúdo, eles eram definidos "boas novas", ou seja, "anúncios
de salvação", porque o Imperador era considerado o dono do mundo."
Portanto,
disse o Santo Padre, a aplicação da palavra "evangelho" à pregação de Jesus teve um
sentido fortemente crítico. Era como dizer que "Deus, que não era imperador, era o
Senhor do mundo" e que o verdadeiro Evangelho era aquele de Jesus Cristo.
A
"Boa Nova" de Jesus sobre o Reino de Deus _ sublinhou o papa _ não se referia, certamente,
a um reino terreno, delimitado no espaço e no tempo, mas sim ao próprio Deus, que
reina, que está presente.
"A novidade da mensagem de Cristo é, portanto, que
Deus se tornou nosso próximo, através de Cristo, que reina no meio de nós, como demonstrou
com seus milagres e curas. Deus reina no mundo através de seu Filho, que se fez homem,
e com a força do Espírito Santo" _ sublinhou o pontífice.
Jesus revela a verdadeira
face de Deus, um Deus presente e cheio de misericórdia para com o ser humano; um Deus
que nos deu a vida em abundância. Enfim, o Reino de Deus, portanto, é a vida que vence
a morte, a luz da verdade, que dissipa as trevas, a ignorância e a mentira.
Bento
XVI concluiu sua alocução, pedindo a ajuda de Nossa Senhora, para que interceda para
que a Igreja tenha a mesma paixão pelo Reino de Deus, que animou a missão de Jesus
Cristo: a paixão por Deus, por sua senhoria de amor e de vida; paixão pelo homem,
com o desejo de dar-lhe o tesouro mais precioso: o amor de Deus, seu Criador e Pai.
Após
a oração mariana do Angelus, o Santo Padre cedeu seu lugar, na janela de seus aposentos,
a uma adolescente, que lhe dirigiu uma saudação, em nome das crianças e jovens da
Ação Católica de Roma, presentes na Praça São Pedro, na conclusão do "Mês da paz".
A
seguir, Bento XVI cumprimentou o numeroso grupo juvenil da Ação Católica, acompanhado
pelo vigário geral do papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, além de
seus pais e professores.
A seguir, ladeado por duas crianças, o Santo Padre
soltou duas pombinhas, símbolos da paz, dizendo: "Queridos pequenos amigos, sei que
vocês estão engajados em favor de seus coetâneos, que sofrem por causa da guerra e
da pobreza no mundo. Continuem na estrada que Jesus nos indicou para construir a verdadeira
paz!"
Antes de se despedir dos presentes, o pontífice recordou que hoje se
celebra o Dia Mundial dos Hansenianos, uma iniciativa que nasceu, há 55 anos, por
obra de Raoul Follereau.
O papa dirigiu uma cordial saudação a todos os hansenianos
e àqueles que os assistem. (MT/AF)