"Harmonia de mente e coração": o ecumenismo segundo Bento XVI

(25/1/2008) Bento XVI congratulou-se com o novo clima de relações ecuménicas estabelecido sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, ao receber os membros da Grupo de Trabalho Conjunto entre o Conselho Mundial das Igrejas e a Igreja Católica. O Papa evocou com apreço a actividade desenvolvida por este Grupo, já desde 1965, tanto no “diálogo da vida” como no “diálogo da caridade”. Uma “cooperação que – disse – tem dado uma intensa expressão à comunhão já existente entre os Cristãos e tem feito progredir a causa do diálogo e da compreensão ecuménicas”.
Referindo-se ao centenário da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, Bento XVI sublinhou a importância de invocar de Deus “a graça da unidade”:

“Rezar pela unidade é já em si mesmo um meio concreto para obter a graça da unidade, uma vez que é participação da oração do próprio Jesus. Quando os cristãos rezam juntos, o objectivo da unidade parece mais próximo pela presença de Cristo no meio deles, alimentando uma profunda harmonia de mente e coração. Tornamo-nos assim capazes de encarar cada um de um modo novo, reforçando os elos entre nós para ultrapassar aquilo que ainda nos separa”.

Neste contexto, o Papa exprimiu gratidão a todos os que têm vindo a empenhar-se no caminho ecuménico…

“Recordamos com gratidão a actividade de tantas pessoas que, ao longo dos anos, têm procurado difundir a prática do ecumenismo espiritual através da oração comum, da conversão do coração e do incremento da comunhão. Damos também graças pelos diálogos ecuménicos que tão abundantes frutos produziram nos últimos cem anos. A recepção desses frutos é, em si mesmo, um importante passo no processo de promoção da unidade cristã, e este Grupo Conjunto de trabalho está particularmente bem colocado para estudar e encorajar este processo”.
“Rezo para que o novo Grupo Conjunto de trabalho possa desenvolver uma acção construtiva partindo da meritória actividade já realizada, e que se abra assim o caminho a uma maior cooperação, de tal modo que a oração do Senhor ‘que eles sejam uma só coisa’ se concretize cada vez mais completamente no nosso tempo”.