Colônia, 25 jan (RV) - As 25.000 páginas manuscritas do arquivo de Santa Teresa
Benedita da Cruz (Edith Stein) estão em perigo de perder-se se não for feita logo
sua restauração, adverte a Ordem Carmelita.
O arquivo “Edith Stein”, das Carmelitas
de Colônia, Alemanha, possui a herança literária e grande parte dos manuscritos da
santa carmelita alemã. “Felizmente, conservam-se os autógrafos de muitos de seus escritos”
graças a uma carmelita, a irmã Pia, do Carmelo de Echt, na Holanda, que com grande
valor conseguiu salvá-los durante a perseguição nazista dos judeus na Europa, informa
o site dos carmelitas descalços.
Durante a evacuação do mosteiro, na II Guerra
Mundial, a irmã Pia carregou em dois sacos de batatas todos os manuscritos que a irmã
Teresa Benedita da Cruz havia levado desde Colônia ao mosteiro holandês. Pelos percalços
da guerra, os valiosos documentos tiveram de permanecer escondidos em um galinheiro.
Hoje, os manuscritos, informam os carmelitas, mostram as marcas dessa viagem aventureira.
São no total quase 25.000 páginas, que “manifestadamente se encontram deterioradas
– indicam. O papel está descolorado. Em muitos lugares, a tinta perde clareza”. Por
isso, é preciso um minucioso trabalho de restauração, página por página, para restabelecer
a cor da tinta.
Os carmelitas advertem de que “se não se começa logo uma rápida
restauração técnica, corre-se o risco de perder para sempre a melhor fonte de pesquisa”
sobre Edith Stein. O diretor da biblioteca diocesana de Colônia estimou o custo de
restauração aos autógrafos em meio milhão de euros.
Por isso se lançou um
chamado às pessoas que queiram cobrar estes gastos. Edith Stein nasceu em 1891
em Breslavia, Alemanha. Seus pais eram judeus. Em 1913, ingressou na universidade
de Gottingen e se dedicou ao estudo da Fenomenologia.
Seus estudos de Filosofia
a levaram ao conhecimento profundo da Igreja Católica e ela foi batizada em 1922.
Aos seus 42 anos, sendo professora universitária e reconhecida filósofa, deixou sua
profissão para vestir o hábito carmelita no convento de Colônia, tomando o nome de
Teresa Benedita da Cruz. Foi canonizada por João Paulo II em 11 de outubro de 1998.
(SP)