2008-01-24 13:57:14

“Os meios de comunicação social : entre protagonismo e serviço. Procurar a verdade para a partilhar” – Síntese da mensagem papal para o 42º Dia Mundial das comunicações sociais que será celebrado a 4 de Maio próximo


(24/1/2008) Nesta quinta feira dia 24, memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro das comunicações sociais, foi publicada a mensagem de Bento XVI para a 42.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano dedicado ao tema "Os media: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Procurar a verdade para partilhá-la".
A mensagem foi apresentada aos profissionais da informação, na sala de imprensa da Santa Sé, por D. Claudio Maria Celli, presidente do CPCS, e D. Paul Tighe, secretário do mesmo Conselho.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais, que em 2008 será celebrado a 4 de Maio, foi a única celebração mundial decidida pelo Concílio Vaticano II ("Inter Mirifica", 1963), sendo celebrada na maioria dos países no Domingo que antecede a Solenidade de Pentecostes

Bento XVI exprime aos meios de comunicação todo o seu apreço, vendo-os como parte integrante da cultura actual. Sublinha o papel que desempenham como difusores do bem primário da informação, apoio para o desenvolvimento da democracia, promotores da alfabetização, do diálogo e da compreensão entre os povos, e veículos da livre circulação do pensamento em ordem à solidariedade e à justiça social. Os meios de comunicação correspondem assim à sua alta tarefa de servir o bem comum, favorecendo “a formação ética do homem e o crescimento do homem interior”.

Perante tais potencialidades, o Pontífice adverte porém contra o risco de que os meios de comunicação se deixem dominar por um protagonismo indiscriminado ou acabem por ir parar às mãos de quem deles se serve para manipular as consciências. Outro risco, ligado à actual tendência a uma autêntica mutação, é que em vez de representarem a realidade, tendam nem mais nem menos a “criar” os próprios acontecimentos. Tendo em conta a forte incidência destes meios na pessoa e na sociedade, a mensagem do Papa recorda que “nem tudo o que é tecnicamente possível é só por isso eticamente praticável”.

A sociedade encontra-se assim perante uma encruzilhada e está chamada a fazer opções inadiáveis, pois a cultura mediática tem que ser considerada “parte integrante da questão antropológica, desafio crucial do terceiro milénio”. Através de uma “ética informativa” (uma “info-ética”) que os leve a defender a dignidade de cada pessoa, os meios de comunicação estão chamados a “procurar e apresentar a verdade sobre o homem, que é a vocação mais elevada da comunicação social”, utilizando para tal todas as linguagens, cada vez mais belas e refinadas, de que dispõem. Esta tarefa não diz apenas respeito aos responsáveis e aos agentes da comunicação, mas também, cada vez mais, a todos nós, que nos tornámos também operadores activos através dos novos meios como a telefonia e Internet. É assim possível esboçar de novo o próprio rosto da comunicação.

A Mensagem considera cada pessoa como investigadora da verdade. Está em busca da verdade quem procede a uma avaliação dos “produtos editoriais, dos programas ou ficções de qualidade, em que se reconhecem e representam a beleza e a grandeza da pessoa, incluindo a sua dimensão religiosa”. Quem sabe que a Verdade é Cristo, hoje em dia não pode deixar de a comunicar, transmitir, partilhar: “Esta época da comunicação é uma época preciosa no que diz respeito à busca da verdade e ao incremento da comunhão entre as pessoas e os povos”.
(texto integral em "Documentos do Vaticano)







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