VATICANO PROMOVE MORATÓRIA MUNDIAL DO ABORTO NA AMÉRICA LATINA
Cidade do Vaticano, 24 jan (RV) - O Vaticano começará pela América Latina,
uma campanha mundial para promover uma moratória do aborto junto às NN.UU. _ explicou,
em entrevista ao jornal italiano "La Repubblica", o presidente do Pontifício Conselho
para a Família, o cardeal colombiano Alfonso López Trujillo.
O Cardeal Trujillo
será o enviado do Vaticano, para explicar aos chefes de Estado e de Governo sua iniciativa,
e dará início à sua missão na América Latina, de onde prosseguirá para a América do
Norte, África, Ásia e, finalmente, Europa.
O "tour mundial", como o chama o
diário romano, pretende conseguir uma resolução das NN.UU., para uma moratória sobre
o aborto, como a que foi votada no dia 18 de dezembro passado, sobre a pena de morte,
acrescentou o purpurado.
O cardeal explicou que a campanha sobre o aborto,
cuja data de início ainda não foi estabelecida, tornou-se necessária porque existe
muita confusão a respeito do assunto, principalmente entre os católicos.
O
cardeal assegura que a iniciativa não se dirige especificamente a nenhum país em especial,
mas pretende chamar a atenção para um drama que toca as consciências de todos. Assegurou
ainda, que a Igreja não quer criar polêmica, mas só pretende dar a conhecer a doutrina
católica sobre o direito à vida.
"Começaremos na América Latina e encontraremos
governos de todas as ideologias, mesmo marxistas e socialistas, porque o aborto não
é um problema italiano ou europeu, mas mundial, e a Santa Sé quer erradicá-lo" _ sublinhou.
O
"tour" servirá também, para mostrar a posição da Igreja Católica "sobre todos
os aspectos relacionados com a defesa da vida, inclusive a fecundação" _ acrescentou.
o
Cardeal Alfonso López Trujillo explicou que a Igreja Católica rejeita o aborto, mesmo
em caso de grave perigo para a mãe e, nesses casos, se deve fazer todo o possível
para salvar as duas vidas.
A proposta de uma moratória do aborto foi lançada
pelo polêmico jornalista italiano, da chamada corrente "teocon", Giuliano Ferrara,
através do jornal que dirige _ "Il Foglio". O Vaticano se dispôs imediatamente a promovê-la.
(PL/AF)